Audiência pública no Senado debate sobre o combate às notícias falsas

Evento contou com autoridades da Justiça Eleitoral e especialistas em mídias digitais

O impacto das notícias falsas, as chamadas “Fake News”, nas eleições deste ano foi tema de audiência pública no Senado Federal, nesta quarta-feira (21). Durante os debates, autoridades da Justiça Eleitoral, especialistas em mídias digitais e representantes de entidades da imprensa falaram sobre as preocupações com as eleições de 2018, as primeiras em que os candidatos poderão patrocinar publicações na internet.

O investimento em jornalismo e a responsabilização das plataformas digitais foram algumas das propostas apresentadas no combate às notícias falsas. O presidente da ABERT, Paulo Tonet Camargo defendeu a importância do jornalismo profissional. “Somente o jornalismo profissional tem a certificação da notícia. Somente o jornalismo profissional, aquele que tem responsabilidade com a apuração da notícia e compromisso com a verdade, é capaz de combater as notícias falsas” disse.

Na mesma linha, o diretor do jornal Folha de S.Paulo, em Brasília, Leandro Colon, afirmou que “a matéria verdadeira tem a assinatura do repórter, o nome de um editor e o nome de uma empresa. Isso é o que vale”, disse o jornalista.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tarcísio Vieira, apontou três grandes desafios para o Tribunal nestas eleições: financiamento eleitoral, impressão de voto e fake news. “A legislação atual já prevê a criminalização para quem divulga e compartilha notícias falsas. Estamos no TSE trabalhando com o melhor da tecnologia, criando ferramentas para diminuir a disseminação de notícias falsas na internet”.

Os participantes também ressaltaram a importância da educação no combate às notícias falsas. “Ensinar as pessoas como validar uma notícia é muito importante para esse processo. Uma notícia hoje deve ser checada. Há inúmeras formas para isso e devemos passá-las a todos”, disse o promotor de justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Frederico Ceroy.

A presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), Ângela Pimenta, acredita que as escolas também podem ajudar os jovens a usar as redes sociais. “É preciso haver uma reação coordenada para ensinar as pessoas, principalmente os jovens, a lerem as notícias, a desconfiarem da notícia falsa e a usarem as redes sociais. E a escola é uma parte importante para essa educação,” disse.

Participaram da audiência pública, solicitada pelo senador Telmário Mota (PTB-RR), o presidente do Conselho de Comunicação Social, Murilo Aragão e o especialista em segurança digital, Daniel Nascimento.

A.W

Com informações da ABERT

 

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