Iepha-MG comemora um ano de registro da viola caipira e lança publicação

Além de Caderno do patrimônio, um documentário sobre o tema também foi produzido pelo Instituto.

O Registro dos Saberes, Linguagens e Expressões Musicais das Violas em Minas Gerais completa um ano no próximo dia 10 de junho, segunda-feira. E para celebrar essa data, como parte das ações de salvaguarda, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) lança o Caderno do Patrimônio – publicação dedicada a valorizar e promover bens culturais protegidos – e documentário dedicado às violas. Na edição, a viola é apresentada como instrumento musical que ultrapassa a produção sonora e chega até os vínculos sociais e emocionais de quem a produz, toca ou escuta.

Concluído em dezembro de 2018, o exemplar reúne fotografias, textos e trechos de entrevistas coletadas ao longo da pesquisa realizada pelo Iepha-MG. A publicação sobre as violas está disponível no site do Iepha-MG (www.iepha.mg.gov.br) para quem quiser ler ou baixar.

Já o documentário foi elaborado ao longo do ano de 2018, tendo como conteúdo entrevistas com violeiros, violeiras e a fazedores de diversas regiões de Minas Gerais, bem como momentos festivos em que as violas estão presentes, tais como as Folias, o Congado, a Catira e as Rodas de Viola. Também são contempladas no filme as trajetórias de alguns dos principais nomes da viola em Minas Gerais: Tião Carreiro, Zé Coco do Riachão e Renato Andrade. O documentário encontra-se disponível no canal do Iepha-MG no Youtube para assistir e compartilhar.

A chamada viola caipira é um instrumento que se desenvolveu ao longo dos séculos 16, 17 e 18. É constituída, comumente, por braço e caixa de ressonância em formato cinturado e, eventualmente, composto por adornos de madeira em marchetaria, além de dez cordas distribuídas em cinco ordens duplas ou triplas. Desse instrumento surgiram afinações, gêneros musicais, ritmos, toques e modos de tocar que, no contexto mineiro, produzem uma diversidade de referências culturais que se tornam um campo fértil em possibilidades do ponto de vista do patrimônio imaterial.

O processo de registro dos Saberes, Linguagens e Expressões Musicais das Violas em Minas Gerais foi desenvolvido de modo colaborativo com detentores, prefeituras municipais e pesquisadores do tema.  Análise de bibliografia, trabalhos de campo, entrevistas e seminário também fizeram parte da pesquisa. Além disso, foi disponibilizada uma plataforma virtual que recebeu até o momento mais de 1600 cadastros. Ao todo estão identificados 1543 violeiros e violeiras e 112 fazedores de viola, distribuídos em 480 municípios. Esse dado mostra que as violas estão amplamente difundidas pelo território mineiro, com presença marcante de tocadores e tocadoras em todas as mesorregiões do estado, com forte concentração no Sul e Sudeste de Minas, no Triângulo Mineiro, no Alto Paranaíba, no Norte de Minas e na  Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Também há construtores de violas em praticamente todo o território mineiro, com maior concentração na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Cadernos do Patrimônio

O Iepha-MG já lançou cinco volumes dos Cadernos do Patrimônio. Fazem parte da coleção Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte (2013); Comunidade dos Arturos (2014); Inventário Cultural do Rio São Francisco (2015); O modo de fazer o queijo artesanal da região do Serro (2018) e Saberes, linguagens e expressões musicais da viola em Minas Gerais (2018). Os cadernos são resultados de pesquisas realizadas pelo Iepha-MG durante os processos de estudos para registros e inventários do patrimônio cultural de Minas Gerais.

Todas as edições estão disponíveis no site do Iepha-MG para leitura e também download.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar