Início de campanha: seis candidatos ao governo de Minas participam de debate

Não faltaram ataques à “velha política” e aos governos petistas e tucanos que assumiram Minas Gerais nos últimos anos


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(Foto: Reprodução/ Youtube)

Seis dos candidatos ao governo de Minas participaram na noite dessa quinta-feira (16) de um debate promovido pela Rede Bandeirantes de Televisão para discutir as suas propostas. Esta foi a primeira vez que os candidatos estiveram frente a frente em um bate-papo transmitido ao vivo por uma TV aberta. No encontro, não faltaram ataques à “velha política” e aos governos petistas e tucanos que assumiram Minas Gerais nos últimos anos.

Estiverem presentes os candidatos Antonio Anastasia (PSDB), Fernando Pimentel (PT), Marcio Lacerda (PSB), Claudiney Dulim (Avante), Dirlene Marques (PSOL) e João Batista Mares Guia (Rede). De acordo com a direção do programa, os convites aos postulantes ao Palácio da Liberdade foram feitos por representatividade mínima dos partidos no Congresso Nacional, ou seja, com a presença de pelo menos um deputado federal ou senador.

Por este motivo, três candidatos ao governo de Minas não participaram do debate. São eles: Romeu Zema (Novo), Alexandre Flach (PCO) e Jordano Metalúrgico (PSTU).

Além de diversos momentos onde os candidatos puderam se afrontar com perguntas entre eles, houve um bloco onde cada político tirou, de forma sorteada, uma pergunta feita pelos eleitores, o que deu espaço para que eles apresentassem algumas de suas propostas.

Desemprego

Antonio Anastasia (PSDB) teve de comentar suas propostas para controlar o problema do desemprego no estado. Apenas em Minas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 1 milhão de desempregados.

O tucano respondeu a pergunta culpando a administração do PT no tempo em que ficou à frente da presidência da República. Segundo o candidato, para reverter a situação é necessário trazer empresas para Minas, gerando incentivos e desburocratizando o estado.

“Minas não tem simplicidade com as empresas para gerar emprego. Não é função do estado criar empregos ele próprio, mas ele é obrigado a estimular, a fomentar, a dar força para que as empresas venham e as que estão aqui cresçam criando novos empregos para os mineiros”, disse.

Ele afirmou ainda que para atrair novas empresas, o seu governo vai qualificar os trabalhadores, por meio de cursos  profissionalizantes, em parceria com o setor público e privado.

Promessas de campanha 

Fernando Pimentel (PT), que tenta ser reeleito, foi questionado quanto as promessas de campanha e de que maneira o seus eleitores vão poder cobrar, caso ele assuma novamente o chefe do Executivo Estadual.

Pimentel criticou os dados que estão sendo divulgados sobre seu governo. No entanto, ele alertou que o estado enfrenta uma grave crise e culpou as gestões tucanas pelo problema. “Essa crise é estrutural. Foi herdada e constituída longamente nos governos dos tucanos que nos antecederam”.

O candidato voltou a citar a apoio ao ex-presidente Lula que está preso e segue com sua candidatura à presidência da República indefinida. “Eu preciso de outro mandato porque quatro anos não dá para consertar o estrago que fizeram em Minas Gerais e que estão fazendo no Brasil, depois de um golpe de estado, patrocinando o governo do Temer, e mantendo um inocente como o Lula preso para impedir que ele seja outra vez presidente”.

Infraestrutura

Apesar de ainda aguardar na Justiça se será ou não candidato por causa de um conflito entre a direção estadual e nacional do seu partido, o PSB, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda foi perguntado sobre infraestrutura, principalmente quanto a rodovia BR-381, considerada via da morte em alguns trechos.

Para responder a pergunta, o candidato alegou que a falta de investimentos na BR-381 é reflexo da falta de investimentos do governo federal, já que ele é uma via de responsabilidade da União. O candidato disse ainda que Minas perdeu foco no âmbito nacional e representatividade em Brasília.

“Nós temos estados muito menores do que Minas Gerais recebendo muito mais investimento. Nós precisamos reverter isso. Um dos pilares que pensamos para o futuro de Minas é termos um pacto para retomar as grandezas de Minas, unindo todas as forças políticas e sociais para que Brasília volte a nos respeitar”, disse.

O candidato alegou ainda que a falta de ministros mineiros é um dos motivos que ocasionou essa “falta de importância política” que Minas Gerais tem no governo federal.

Gastos Públicos 

O professor, sociólogo e ex-secretário da Educação João Batista Mares Guia (Rede) foi responsável por debater sobre as medidas para evitar os gastos públicos e onde priorizaria o investimento dessa economia.

“No primeiro dia eu já vou propor o corte de seis secretarias de estado. Uma reforma do estado para a fusão de vários órgãos e, sobretudo, trabalhar com o orçamento base, além de renegociar quais são os programas e projetos que devem permanecer “, disse alegando que é necessário “criar políticas de estado e não de partido”.

O candidato criticou as últimas gestões do governo estadual do PT e PSDB. De acordo com ele, elas criaram oligarquias. “Poder Legislativo, poder Judiciário e grandes corporações poderosas dentro do parelho estado estão acumulando privilégios com médias de remuneração acima de R$ 60 mil e estão tirando dinheiro de setores como a educação e assim por diante”.

Ele disse ainda que espera realizar um novo projeto da Reforma da Previdência em parceria com o presidente da República que for eleito. “Uma reforma que não penalize os trabalhadores, mas que resolva o problema fiscal”. Ele disse ainda que é necessário “exonerar empresas, mas ao mesmo tempo tributar imposto de renda na pessoa física, seguindo a ordem dos mais ricos”.

Corrupção

A professora Dirlene Marques (PSOL) teve de responder quais seriam as medidas que ela faria para evitar a corrupção em sua gestão e se ela teria algum ponto específico para tratar do assunto dentro do seu plano de governo. A candidata iniciou a resposta alegando que a corrupção é responsável pela atual crise e que ela “é inerente a um sistema que funciona por meio de troca de favores”.

Ela alertou que “no Brasil, a corrupção adquiriu dimensões fantásticas”, dizendo ainda que “a corrupção não é um processo localizado. Nós temos que tentar trabalhar os princípios que geram esse tipo de problema”.

Dirlene criticou ainda a venda de estatais e ressaltou que não acredita que seja a melhor maneira para contornar a crise. “Nós somos contrários a todo o processo de venda de empresas estatais, porque nós não acreditamos que é por aí que se resolve o problema da crise, você está vendendo um patrimônio construído pelo povo, um patrimônio que levou anos que demorou a ser construído”.

Sistema prisional 

O candidato do Avante Claudiney Dulim foi perguntado quanto ao problema da deficiência do sistema prisional mineiro. As várias ocorrências de fugas e os ataques a ônibus que teriam sido ordenados de dentro dos presídios foram motivos que levaram ao debate sobre o setor. Dulim atribuiu a falta de gestão esses problemas.

“Nós temos que trabalhar a questão do sistema prisional de forma que nós consigamos dar o mínimo de dignidade para essas pessoas que estão lá. Mas, mais do que isso, esse é um problema de gestão. Este é o grande problema do estado de Minas Gerais: gestão. Não há gestão dos recursos humanos e financeiros”.

Ele disse que vai garantir a valorização dos policiais e agentes penitenciários. “Servidor público recebendo salário parcelado e atrasado é falta de gestão. Tiraram a dignidade dos nossos servidores”.

G.R

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