Nomes desconhecidos e “velha política”, candidatos à presidência realizam primeiro debate

O público eleitor brasileiro teve a oportunidade de conhecer melhor o perfil de cada candidato 


(foto: Kelly Fuzaro/Band)
(foto: Kelly Fuzaro/Band)

O primeiro debate dos candidatos à presidência da República foi marcado por troca de farpas, críticas à “velha política” e ataques à corrupção. O encontro foi promovido pela Rede Bandeirantes na noite desta quinta-feira (9), e os eleitores brasileiros puderam descobrir mais sobre o perfil de cada representante. Estiveram presentes Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (Psol), Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota) e Henrique Meireles (MDB). Preso, Lula (PT) não foi liberado pela justiça para participar do programa.

Os candidatos iniciaram o debate tendo de responder quanto as medidas que serão tomadas para contornar os problemas de desemprego no país. Álvaro Dias destacou seu histórico político e que teria aberto mão de “regalias políticas”, e voltou a ressaltar que, caso eleito, irá convidar o juiz de primeira instância da Lava Jato, Sérgio Moro, para Ministro da Justiça e combater a corrupção. O tempo de resposta do candidato terminou e ele não apresentou proposta para o desemprego.

Cabo Daciolo aproveitou justamente disso para iniciar seu discurso e atacar os colegas de bancada. “Chamo atenção para a resposta do candidato ao lado que falou, falou e não foi dito nada. Essa aqui representa a velha política no Brasil”, disse citando ainda a idade dos outros candidatos na vida pública e concluiu: “eles sabem tudo, falam tudo, mas não mudam nada”. Segundo Daciolo, para contornar o desemprego, além de mudar os representantes, é necessário investir nas pastas da Educação e Ciências e Tecnologia e gerar mão de obra capacitada, o que, segundo o candidato, faria os juros caírem.

Geraldo Alckmin ressaltou que o Brasil precisa crescer e que para isso é necessário investimento, que seria a base de confiança. O tucano disse que as primeiras medidas do seu governo seriam no lado fiscal e voltou afirmar que pretende zerar em dois anos o déficit, que hoje é de mais de R$ 100 bilhões, além da simplificação tributária e abrir a economia brasileira para fazer acordos comerciais com o restante do mundo. Alckmin disse, ainda, que considera a reforma trabalhista “um avanço”e que fará alguns ajustes para gerar mais “justiça aos trabalhadores”.

Marina Silva, que disputa sua terceira eleição, disse que “para ter emprego é preciso ter investimento. Para ter investimento é preciso recuperar credibilidade. Para ter credibilidade é necessário ter uma mudança profunda no país”. Criticando, ainda, os últimos governos do PT, PSDB e MDB. “Aqueles que criaram o problema, não vão resolver o problema”.

Bolsonaro foi o primeiro a rebater a polêmica gerada pelo Cabo Daciolo ao dizer que “tem 46 anos de serviço público com muita honra”. Ele ressaltou sua proposta de abertura econômica ao dizer que o Brasil “precisa voltar a fazer comércio com o mundo todo sem o viés ideológico”. Ele destacou, ainda, que é necessário haver uma desburocratização do sistema, principalmente para novos empreendimentos, criticando ainda que o salário no país “é pouco para quem recebe e muito para quem paga”.

O candidato do Psol, Guilherme Boulos, abriu seu pronunciamento demonstrando apoio a Lula, fazendo questão de desejar boa noite ao petista e dizer que o ex-presidente “está preso injustamente, enquanto o Temer está solto”. Ele disse que a primeira medida dele será revogar todas as decisões tomadas pelo atual governo, como a reforma trabalhista e a reforma da previdência. O candidato criticou também a falta de impostos para pessoas de altas classes, sobretudo para os banqueiros.

Henrique Meirelles citou seu tempo à frente do Banco Central e disse que conseguiu gerar mais de 8 milhões de empregos em oito anos. Segundo ele, “não se cria emprego no grito. Se cria emprego com a política econômica correta, no momento em que assumirmos a presidência, a confiança aumenta, vai ter investimento e o emprego aumenta”.

Ciro Gomes disse que tem uma proposta de gerar, apenas no primeiro ano de governo, mais de 2 milhões de empregos. Segundo ele, o caminho é “consertar os motores do desenvolvimento”.  Ele disse que irá descapitalizar o sistema financeiro, dar seguimento à obras que estão paradas, adotar políticas de comércio exterior e afirmou que tem o compromisso de tirar o nome dos brasileiros que estão hoje no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Mais procurado 

Dados do Google mostraram que, durante o debate, o maior interesse de busca nos candidatos à presidência foi para Jair Bolsonaro, com 69%, seguido por Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, com 12% e 5%, respectivamente. Álvaro Dias (4%) aparece na quarta colocação, seguido por  Marina Silva, Guilherme Bolos e Cabo Daciolo, ambos com 3%. Por último, Henrique Meirelles representa 1% das buscas.

PT faz seu próprio programa

Após o ex-presidente Lula ter o pedido de participar do programa negado pela Justiça Federal, o PT decidiu realizar uma transmissão ao vivo em suas redes sociais para apresentar o vice Fernando Haddad, que é quem assume caso a candidatura de Lula seja barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Manuela d’Ávila (PCdoB), que será a vice da chapa petista.

G.R

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