Bióloga orienta o não recolhimento de filhotes de pássaros fora do ninho

Aline Gomes

Nesta época se intensifica o tráfico de animais silvestres

Resgatar pequenas aves nas ruas ou em praças e levá-las para casa pode causar a morte prematura dos filhotes e caracterizar crime ambiental. Também nem sempre é necessário colocá-las de volta no ninho mais próximo.
A bióloga do Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus), Cláudia Diniz, explica que a maioria das aves se reproduz durante as estações da Primavera e do Verão. Logo, no mês de março, o ciclo reprodutivo dessas espécies chegou ao fim. “Entretanto, após esta etapa, os filhotes começam as suas primeiras batidas de asas e, consequentemente, vão parar no chão após praticarem as primeiras lições”, cita.

A bióloga ensina que ao encontrar um filhote de pássaro aparentemente caído do ninho, a primeira providência a ser tomada é observá-lo à distância. “Na maioria das vezes, eles não caem do ninho. O que ocorre é que os pais estimulam os filhotes a arriscar os primeiros voos. Como ainda são muito jovens, vão para o chão. Mas os pais, normalmente, estão por perto, observando os movimentos, estimulando o pequeno pássaro e, naturalmente, vão contornar a situação. A presença de pessoas muito próximas ao filhote pode inibir a continuidade do processo”, afirma Cláudia.

“O ideal é entrar em contato com a Polícia de Meio Ambiente (31 3801-1850) ou com o Corpo de Bombeiros (193), para que o animal seja devidamente resgatado. Na maioria dos casos, as pessoas não sabem qual alimentação correta para dar ao animal, o que pode acabar prejudicando a longevidade da ave. É necessário conhecimento para saber o tipo de alimento ideal para cada espécie”, alerta a bióloga.

Tráfico
É nesta época, também, que se intensifica o tráfico de animais silvestres, pois a maioria dos traficantes aproveita este tempo de desenvolvimento dos filhotes para recolhê-los nos ninhos. Porém, devido à falta de cuidado adequado, muitos deles acabam morrendo. A comercialização de animais silvestres, além de ser crime, é uma das principais ameaças à biodiversidade brasileira e pode provocar a extinção de diversas espécies a médio e longo prazo.
Os animais recolhidos no Vale do Aço e região são abrigados pelo Programa de Reabilitação da Fauna Sem Lar, desenvolvido pelo Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus), juntamente com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), Polícia de Meio Ambiente e Associação de Proteção Ambiental do Vale do Aço (Arpava).


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