Cardiologista aponta fatores de risco para doenças no coração

Wôlmer Ezequiel

Pedro Paulo Neves de Castro afirmou que a prática de exercícios físicos é fundamental para evitar problemas cardiovasculares

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estima que, em 2018, aproximadamente 400 mil pessoas morrerão por doenças do coração e da circulação no Brasil. Além disso, a SBC ainda estima que as doenças cardiovasculares causem o dobro de óbitos do que todos os tipos de câncer juntos e três vezes mais do que doenças respiratórias, porém muitas dessas mortes poderiam ser evitadas.

Para promover a conscientização acerca de problemas cardiovasculares, foi criado o Dia Mundial do Coração, que é celebrado no dia 29 deste mês. Em entrevista ao Diário do Aço, o médico cardiologista Pedro Paulo Neves de Castro avaliou as doenças cardiovasculares, apontando aquelas que ele considera as mais graves. “A mais comum é a hipertensão arterial, que na verdade é um fator de risco para outras mais graves. E a que mais mata é o infarto agudo do miocárdio, por causa da doença coronariana aterosclerótica. E o Acidente Vascular Cerebral (AVC) também é uma importante causa de mortalidade”, citou.

Fatores
Pedro Paulo destaca que não existe apenas uma causa para o surgimento das doenças cardiovasculares, mas vários fatores de risco que contribuem para o indivíduo desenvolver esses problemas de saúde. “Sempre que recebo um paciente, ele me pergunta ‘por que eu?’, mas na verdade não tem uma causa e sim vários fatores de risco. Entre eles, estão a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, obesidade, histórico familiar e síndrome de apneia do sono. Além disso, tem que se levar em conta a genética da pessoa”, enumerou.

Medidas preventivas
Para o cardiologista, manter atividade física é essencial para evitar as doenças cardiovasculares, além de praticar hábitos saudáveis. “Hoje a gente estima que somente 30% das pessoas mantêm uma atividade física regular. E isso é muito ruim. Lógico que a pessoa não deve sair do sedentarismo e praticar atividade física sem passar por uma consulta, mas é muito importante ela se exercitar, ter uma dieta regular, com pouco sal, e possuir bons hábitos, como evitar o fumo e procurar aliviar o estresse”, ressaltou.

Idade
Na avaliação do cardiologista, o aumento na taxa de incidência da doença cardiovascular pode ser relacionado com a idade avançada que as pessoas têm alcançando atualmente. “O principal fator que contribui para o aumento da incidência da doença cardiovascular é a idade. Com o envelhecimento da população, a doença cardiovascular vai ter também uma incidência maior”, explicou.

No entanto, Pedro Paulo Casos lembra que já tratou de pessoas mais novas que tinham problema de coração, o que é raro na medicina. “Eu já tratei de um paciente atleta com menos de 30 anos, mas ele tinha um fator anatômico nos vasos sanguíneos que propiciou o aparecimento mais precoce da doença. Além desse caso, já recebi um rapaz com menos de 20 anos que tinha problema de coração, mas mesmo assim são casos muito raros”, ponderou.

Assistência médica
Conforme o médico cardiologista, se a pessoa sentir uma dor na região torácica, é fundamental que ela procure assistência médica o mais rápido possível para evitar complicações em sua saúde. “O que eu observo, às vezes, é que o paciente fica com a dor no peito e demora procurar um hospital. Se for um infarto, ele terá um melhor resultado se fizer o cateterismo nas primeiras horas, que é um procedimento de abertura dos vasos sanguíneos, bastante utilizado. Então, quanto mais a pessoa enrola, pior é a sua evolução”, concluiu.


Cardiologista aponta fatores de risco para doenças no coração

Repórter: Tiago Araújo


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