Com alta demanda, preço de combustíveis sobe ainda mais

Wôlmer Ezequiel

Grande procura por combustíveis inflacionou os preços no Vale do Aço

A intensa procura por combustíveis no início da semana gerou aumento nos preços cobrados nos postos do Vale do Aço, bem como em diversas regiões do estado. Em alguns postos da região, o preço da gasolina chegou a R$5,15 nessa terça-feira. Já o Etanol saltou de R$ 2,99 para R$ 3,14 em alguns postos.

A demanda repentina foi provocada por informações desencontradas, disseminadas em redes sociais e aplicativos de conversas durante o fim de semana passada, acerca de suposta paralisação dos caminhoneiros após o anúncio do aumento médio de 13% no preço do diesel nas refinarias, na sexta-feira (31/8). De fato, uma entidade chegou a anunciar mobilização, mas a paralisação, se viesse a ocorrer, seria somente depois do feriado de 7 de Setembro.

Segundo levantamento da empresa de pesquisa de mercado Triad Research, o valor atual do diesel S10 retornou quase que ao patamar de antes do movimento dos caminhoneiros, realizado no fim de maio. O preço do litro do diesel nas refinarias passou de R$2,03 para R$2,96, com o primeiro reajuste após a paralisação dos caminhoneiros.

Com os boatos da possível paralisação, postos na região do Vale do Aço tiveram filas domingo e segunda-feira (3). A procura provocou um aumento dos preços dos combustíveis no mesmo dia e ainda na terça-feira (4) ainda era sentido. Mesmo com a confirmação do Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque) que a distribuição dos produtos segue normal, a demanda por gasolina, etanol e diesel continuou alta na terça-feira, informaram representantes de redes de postos.

Aliado a este aumento realizado pelos proprietários dos postos, a Petrobras anunciou para esta quarta-feira (5) o aumento de 1,68% no preço médio do litro da gasolina nas refinarias, o que deve pesar ainda mais no bolso do consumidor. O valor de R$2,20 (sem a incidência de impostos) é o maior desde que a estatal passou a divulgar o preço médio diariamente. De fevereiro até o momento a alta acumulada é de 45,7%, segundo a empresa.

Livre mercado

Em relação ao aumento nos valores dos combustíveis, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), afirmou em nota enviada ao Diário do Aço que “o segmento de revenda de combustíveis não trabalha com preços tabelados, ou seja, os revendedores são livres para reajustar o valor de acordo com as questões comerciais individuais”.

Mas, o Sindicato se posicionou contra os possíveis abusos praticados pelos proprietários de postos de combustível. “Ainda que o preço dos combustíveis seja livre, e o Sindicato não desempenhe nenhum papel para interferência na composição do valor de bomba, o Minaspetro ressalta que repudia aumentos abusivos dos preços dos combustíveis, o que mancha a imagem dos bons empresários que trabalham no setor”, conclui a nota.

Frete mínimo

Deverá ser publicada pelo Governo Federal nesta quarta-feira (5) a nova tabela do frete mínimo, já com o reajuste de 13% no preço do diesel. De acordo com a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, instituída pela Lei 13.703/2018, a cada variação no preço do diesel que ultrapasse 10% uma nova tabela deve ser feita.


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