Grupo de voluntários desenvolve coleta seletiva em Ipatinga

Tiago Araújo

Moradores do bairro Imbaúbas já fazem uso dos coletores de lixo seco

Preocupados com a conservação do meio ambiente e com o desenvolvimento de uma cultura sustentável, moradores de Ipatinga tiveram a iniciativa de implementar a coleta seletiva de lixo no bairro Imbaúbas. Em entrevista ao Diário do Aço, os voluntários explicaram como surgiu o projeto e apontaram os objetivos que pretendem alcançar ao longo do tempo.

De acordo com a voluntária Midori Urabe, na busca por um mundo mais sustentável, ela e mais três colegas de serviço decidiram criar o projeto da coletiva seletiva, com o intuito de sensibilizar as pessoas em relação aos impactos que o lixo causa ao meio ambiente. “Se a gente descarta os nossos resíduos de forma inadequada, pode contaminar o solo ou poluir rios. Então é uma série de fatores que podem até extinguir o nosso planeta. Dessa forma, o projeto tem o objetivo de cuidar do nosso ambiente, do lugar que a gente vive, porque é a nossa sobrevivência”, cita.

Segundo Midori, a ideia da coleta seletiva surgiu em fevereiro deste ano e o grupo apresentou o projeto para a Cenibra, que patrocinou os coletores de lixo seco, distribuídos no bairro Imbaúbas, e a impressão de panfletos educativos, que são distribuídos em residências, escolas e outros locais. “Além disso, estamos planejando levar um palestrante às escolas da cidade e ensinar as crianças acerca da coleta seletiva, porque elas são a nossa base e podem educar os próprios pais”, afirmou.

Para o analista ambiental André Fernandes, que também faz parte do grupo de voluntários, o lixo é um problema da humanidade e está sendo negligenciado por muitos. “Todo mundo gera lixo, então tem que começar esse trabalho dentro de casa. É preciso separar no lixo o que é orgânico, que pode ser destinado para compostagem, e o material que pode ser reciclado”, informou.

Importância ambiental
André Fernandes também ressaltou que será um desafio mudar a cultura que as pessoas têm em relação aos cuidados com o lixo, já que a maioria faz o descarte de forma incorreta. “Muitos não se importam em fazer a separação dos resíduos dentro de casa e jogam fora tudo junto. Além disso, podemos ver que tem aqueles indivíduos que não descartam o lixo nem mesmo na lixeira, jogam na rua mesmo. Então, mudar o hábito de pessoas é a parte mais difícil, mas mesmo assim, pretendemos melhorar isso”, reiterou.

Outro ponto destacado pelo analista ambiental é que o projeto de coleta seletiva também contribui na diminuição de resíduos nos aterros sanitários, local em que é destinado à decomposição final de resíduos sólidos gerados pelas pessoas. ”Todo projeto de aterro sanitário, antes de ser construído, já tem a vida útil calculada. Então temos que pensar que se todo mundo passar a reciclar mais o próprio lixo, iremos contribuir para que a vida útil do aterro sanitário seja prolongada”, informou.

Coletores
Segundo o voluntário do grupo, Geraldo Magela, antes de iniciarem o projeto foi realizada uma pesquisa de modelos utilizados em outras cidades, para obterem um melhor conhecimento de como a ação poderia ser desenvolvida em Ipatinga. Após isso, foram distribuídos cinco coletores no bairro Imbaúbas, que recebem o lixo seco dos moradores. Mas a ideia é que esse número aumente ao longo dos anos e a coleta seletiva seja difundida entre os bairros do município. Além disso, eles perceberam, nessas últimas semanas, que muitos já estão descartando o lixo seco nos coletores.

“Pegamos um modelo da Secretaria Municipal de Meio Ambiental e fizemos algumas adaptações para garantir a durabilidade do material. A partir daí, mandamos confeccionar os coletores de aço galvanizado, com 1,60 metro de comprimento e 90 centímetros de largura. Depois, a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Ipatinga (Ascari) recolhe esse material, semanalmente, para fazer a reciclagem”, conclui.

TIAGO ARAÚJO


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