HMC mantém paralisação de alguns serviços do SUS por causa de dívida

Wôlmer Ezequiel

Os serviços de urgência e emergência continuam para os pacientes do SUS

O corpo clínico do Hospital Márcio Cunha (HMC) mantinha, até o fechamento dessa edição, no fim da tarde dessa terça-feira, a paralisação parcial dos serviços prestados ao Serviço Único de Saúde (SUS), devido ao atraso acumulado em repasses financeiros que somam quase R$ 31 milhões por parte do Governo do Estado de Minas. A quarta-feira (1) foi o segundo dia seguido sem alguns atendimentos aos pacientes do SUS. Atualmente, só os casos de urgência e emergência são prestados pelo SUS.

O superintendente do Hospital Márcio Cunha, Mauro Oscar, explicou, em entrevista ao Diário do Aço, na tarde passada, que apenas parte dos procedimentos foi suspensa. “Os pacientes do SUS, necessitados dos serviços de urgência e emergência serão atendidos. Os pacientes da Oncologia e do Centro de Terapia Renal Substitutivas (hemodiálise, diálise peritoneal e outros) que já estão em tratamento, terão continuidade. A maternidade também continua em pleno vapor, até porque somos a única da região. Portanto, até o momento estes serviços estão garantidos. Os atendimentos que estão suspensos, são: cirurgias eletivas, atendimentos ambulatoriais eletivos, consultas, exames e a transferência de pacientes de outros hospitais para o HMC”, detalha Mauro Oscar.

A superintendência ainda informou que, logo após a regularização dos serviços ao SUS, as remarcações dos procedimentos serão realizadas pelo hospital. As negociações entre o Hospital e o Estado continuam em andamento visando à solução do imbróglio.

Mauro Oscar salientou que, apesar de o município de Ipatinga ser gestor pleno do SUS, a Administração Municipal não é a geradora da dívida de R$ 30.967.719,71. “Em relação à Prefeitura de Ipatinga, ela está praticamente em dia com os pagamentos ao HMC. Na terça-feira (31) o prefeito Nardyello Rocha (MDB), anunciou o pagamento de R$ 4,8 milhões da dívida total de R$ 5,8. O Estado deve também à Prefeitura, assim como deve ao hospital. Só na parte hospitalar, a Secretaria de Estado de Saúde deve ao município mais de R$ 32 milhões, dos quais quase R$ 31 milhões são referentes ao Márcio Cunha”, informa o gestor.

Paralisação

Wôlmer Ezequiel

O superintendente explica a atual situação do HMC com o atraso de R$ 31 milhões do Estado

A medida de paralisar os serviços eletivos do SUS foi tomada pelo corpo clínico na noite de segunda-feira (30), após a suspensão dos repasses dos honorários no início do mês de julho. Com a dívida do governador Fernando Pimentel (PT), que se arrasta desde 2015, o HMC não teve mais condições de arcar com os custos de produção dos profissionais pelo SUS.

Em assembleia, ficou definido que os serviços básicos ainda seriam ofertados, mesmo com o pagamento em atraso. Uma nova plenária será realizada às 19h30 dessa quarta-feira (1), para novas determinações.

Segundo o superintende do HMC, já existe uma ação civil pública contra o estado de Minas Gerais em relação às dívidas para hospitais filantrópicos.

“O HMC está e sempre esteve aberto ao diálogo com o Governo do Estado. Pela urgência do recebimento destes recursos, não entraremos com uma nova ação na Justiça, uma vez que já corre a ação de autoria da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas). Mas queremos que todos tenham bom senso frente a esta situação, que já vinha sendo anunciada. Estamos entre os quatro hospitais com mais internações pelo SUS em todo o estado e atendemos uma vasta região. É preciso que se tomem as providências necessárias da melhor forma possível”, pontua Mauro Oscar.

Repórter: Fernando Lopes


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