Motoristas contam sobre as curiosidades da profissão

Fernando Lopes

Wôlmer Ezequiel

Motoristas falam sobre a responsabilidade no trânsito e em lidar com pessoas

Nesta quarta-feira (25) é celebrado o Dia do Motorista e Dia de São Cristóvão, o santo padroeiro dos caminhoneiros. Estima-se que entre caminhoneiros, taxistas e motoristas de ônibus, o Brasil tenha mais de 2 milhões de profissionais, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Enfrentar diariamente o trânsito como uma profissão tem suas vantagens e grandes desafios.

Taxista

Wôlmer Ezequiel

Depois de se aposentar, José Cesário decidiu ser taxista

João Cesário do Silva é taxista há 25 anos e conta que optou pela profissão após se aposentar no setor siderúrgico. Para ele, o mais interessante da profissão é conhecer diversas pessoas. “Tive que me aposentar muito novo, então para não ficar parado escolhi ser taxista. Não sou muito de perguntar, mas muitas pessoas contam sobre suas vidas. Já carreguei muita gente com histórias diferentes, muitas pessoas importantes. O que eu acho mais legal é este contato com os clientes”, conta.

Para João Cesário, o que mais preocupa é o aumento de crimes contra os profissionais, mas que a flexibilidade da profissão é uma grande vantagem. “Infelizmente, temos trabalhado com muita insegurança. Ao andar pela cidade, raramente, somos abordados para identificação dos passageiros. Um dia desses um dos meus colegas teve o carro roubado. Apesar disso, poder fazer o próprio horário e dias de folga é muito bom”, afirma João Cesário.

Ônibus

Wôlmer Ezequiel

Paulo da Silva é motorista de ônibus há 17 anos

Há 17 anos, Paulo da Silva Lopes trabalha como motorista no transporte público de Ipatinga. Para ele, a profissão é de extrema responsabilidade por lidar com vidas humanas. “Transporto uma média de 500 passageiros por dia. Cada um tem seus compromissos e suas vidas. Temos que ter muita cautela, pois estou dirigindo para mim, por todos os passageiros e também para os demais motoristas que estão no trânsito. Mesmo com toda esta responsabilidade, eu gosto de poder transportar pessoas que estão na luta diária do trabalho”, afirma.

O motorista profissional afirma que mesmo com o aumento de veículos nas vias de Ipatinga, os condutores têm ficado mais educados no trânsito. “Ainda existem muitos erros. Mas creio que a cada dia os profissionais tem se capacitado mais e os motoristas estão mais obedientes às normas de trânsito”, avalia Paulo.

Caminhoneiro

Wôlmer Ezequiel

O caminhoneiro Adelar já passou três meses longe da família

Com 25 anos de estrada, o catarinense Adelar Calegari já cruzou todo o país transportando diversos tipos de carga. Para Adelar, o Dia dos Motoristas deveria ter mais destaque devido à importância da profissão. “Os motoristas e, principalmente, os caminhoneiros são muito importantes para o Brasil. Paramos por oito dias, o país parou também. Temos que ser mais valorizados, o custo para manutenção de um caminhão é alto e infelizmente temos trabalhado muito e sobrado quase nada”, desabafa Adelar.

Além da desvalorização profissional, Adelar conta que tem saudade da família. “Passo meses longe da minha família, infelizmente, durante os 25 anos de profissão eu não lembro de ter passado mais de 4 festas de fim de ano juntos. Os meus filhos cresceram e eu não vi. Hoje com a tecnologia, matar a saudade fica um pouco mais fácil. Mesmo com estes pontos negativos, eu gosto de ser caminhoneiro. Sou filho de lavradores, comecei a trabalhar muito cedo e não pude estudar, trabalhar como motorista foi a profissão que me sustentou e me sustenta ao longo da vida”, afirma Adelar.


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