''Mudar leis é fácil, a mudança da cultura da classe política que é difícil'', afirma empresário

Wôlmer Ezequiel

Romeu apresenta propostas e critica a política “tradicional”

A movimentação para as eleições de outubro já começou. Um dos nomes cotados para disputar o cargo de governador de Minas Gerais é Romeu Zema, do Partido Novo, 30. O empresário do Grupo Zema realizou palestra sobre empreendedorismo na sede da Associação Comercial (Aciapi) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ipatinga, nesta semana.

O pré-candidato ao Governo de Minas concedeu entrevista exclusiva ao Diário do Aço e destacou os principais desafios do Estado, apontando suas propostas para a administração de Minas. Na ocasião, Romeu estava acompanhado do pré-candidato ao cargo de Senador Rodrigo Antônio de Paiva, empresário do ramo de tecnologia da informação.
Romeu Zema foi CEO do Grupo Zema de 1990 a 2016. Atualmente é presidente do Conselho Administrativo da companhia e há oito meses entrou para o Partido Novo com a proposta de iniciar uma renovação política.

“Estou disposto a pleitear o cargo de governador do Estado porque creio que tenho muito a contribuir para o começo de uma mudança no panorama do nosso estado. Não será um caminho fácil. Somos novos na política com um partido ainda não muito conhecido, porém estamos realizando intenso trabalho. Durante a pré-campanha devemos visitar 300 municípios. Na região já tivemos em Caratinga, Coronel Fabriciano, Ipatinga e Santana do Paraíso”, pontua Romeu.
Zema salientou que o partido não é financiado pelo Fundo Partidário e Eleitoral. Os custos são arcados por filiados e apoiadores.

Balança Fiscal

Um dos principais pontos atacados por Romeu Zema é a gestão financeira do Estado de Minas Gerais, que hoje ocupa o primeiro lugar no ranking dos estados devedores. “Infelizmente, o aparelho estatal gasta mais do que arrecada. Nós cidadãos comuns, costumamos gastar o que a gente ganha. No Estado não existe este raciocínio. Para suprir os gastos, as taxas e impostos são elevadas, o que atinge o bolso de cada mineiro, prejudica os investimentos das micro e pequenas empresas que é a principal fonte geradora de emprego e renda”, pontua Romeu.

Segundo Romeu, pela situação que Minas se encontra, a redução de impostos deve ser feita em longo prazo. “Não tem como reduzir os tributos de imediato, pois o estado está quebrado. Primeiro é preciso reduzir custos. Minas tem a Assembleia Legislativa mais cara do país. O Governo do Estado possui aposentadorias fora da realidade, além de cada dia mais nomear novos servidores. É preciso diminuir os desperdícios e aumentar a eficiência estatal para, aos poucos, reduzir a carga tributária”, analisa Romeu.

Saúde, Educação e Segurança Pública

Para Romeu, o Governo de Minas deve ter como foco principal os pilares da Saúde, Educação e Segurança Pública. O pré-candidato afirma que há meios para a melhoria destes três aspectos no estado de Minas. “O estado desperdiça muito recurso material e humano. Foi publicada uma matéria, recentemente, mostrando que quase 40 ambulâncias novas do SAMU estavam abandonadas em Belo Horizonte, enquanto que no interior do estado tem gente morrendo por falta de socorro médico. A máquina pública tem que ser mais eficiente nestas questões. Para isso, processos burocráticos devem ser simplificados e sou a favor de que tenha um sistema mais meritocrático dentro do funcionalismo público, valorizando o bom servidor”, afirma o pré-candidato.

Privatização

Romeu indica que para um funcionamento melhor do aparelho público é necessário a diminuição deste corpo. Parte desta redução seria feita com as privatizações das empresas estatais de Minas. “O estado deve atuar nas políticas públicas, não é papel do estado produzir energia, gás, ter bancos, distribuição de água e mais dezenas de outras coisas. Estas empresas são loteadas para atender interesses políticos e acabam sendo uma válvula para a corrupção. É inconcebível que uma pessoa que não entende nada de produção de energia elétrica ocupar um cargo em um conselho e ganhar R$ 40 mil para não fazer quase nada”, critica.

O pré-candidato destacou que irá cumprir agendas em todo o estado até o período oficial da campanha eleitoral, que será iniciada no dia 16 de agosto, como previsto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


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