ASCOMCER participa de campanha para alertar sobre direitos de pacientes com câncer

A Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (ASCOMCER) adere a partir desta terça-feira, 10, a uma campanha de nível nacional que busca alertar e informar pacientes diagnosticados com câncer a respeito dos direitos garantidos por lei a eles.

A campanha “Preciso Viver” será lançada pela Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer (RFNCC) juntamente com todas as 22 Redes Estaduais do país. Ela acontecerá pela primeira vez este ano e em cada edição apresentará uma temática. Assim como esta, as próximas edições serão realizadas sempre na primeira quinzena do mês de abril em alusão ao dia 8 do mês, instituído como Dia Mundial de Combate ao Câncer. A ASCOMCER é a única instituição do estado de Minas Gerais que faz parte da Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer.

De acordo com a presidente da Ascomcer, Alessandra Sampaio, cada instituição participante terá uma forma de atuação diferente. “Algumas redes fizeram camisas, outras panfletos, isso dependendo da situação de cada uma delas. Nós optamos por realizar entrevistas (para imprensa) e divulgação da campanha nas redes sociais” explicou.
O objetivo principal da campanha é sensibilizar as autoridades municipais e estaduais para garantir a aplicabilidade e eficácia da Lei 3752/12, que estabelece prazo máximo de 30 dias para que as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) realizem exames diagnósticos e executem procedimentos necessários à saúde dos pacientes.

Nesta terça-feira, voluntários e pacientes de diversas instituições da Rede Nacional realizarão uma paralisação em cada Estado. Alessandra, porém explicou que a ASCOMCER estará funcionando normalmente. “Não teremos nenhuma paralisação amanhã e, pelo contrário, vamos atender as pessoas e pacientes da instituição normalmente” reforçou. Ela também destacou que o hospital conta com espaços que podem auxiliar a população em dúvidas sobre o assunto. “Nós temos aqui a nossa ouvidoria com psicóloga, assistente social e a própria comunicação, que pode assessor as pessoas em dúvidas que elas tenham em relação aos direitos do paciente diagnosticado com câncer. Também contamos com cartilhas que tratam do mesmo assunto”.

Entre exames, consultas, cirurgias, quimioterapias e radioterapias, a ASCOMCER atende uma média de 6.000 pessoas por mês.

Segundo a presidente da RFNCC, Carmen Campelo, a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos fatores que comprometem o atendimento humanizado nos hospitais. “Existem procedimentos que não sofrem reajuste há alguns anos. Alguns deles são caros e os hospitais não recebem do Governo o valor necessário para arcar com as despesas. Isso causa um transtorno muito grande para os pacientes oncológicos que não usufruem de um atendimento de qualidade, diminuindo suas chances de cura e interferindo no gasto público com o câncer. Queremos chamar a atenção das autoridades sobre esses valores da tabela do SUS”, explicou a presidente.

Ainda de acordo com a presidente, para que a Lei 12.732/2012 e o PL 3752/12 (quando aprovado), sejam eficazes é necessário que as instituições possam ter condições de atender e oferecer o tratamento adequado aos pacientes oncológicos no período estimado. Porém, a falta de recursos do SUS compromete todo o processo. Segundo ela, a mobilização do dia 10 de abril tem como intuito sensibilizar as autoridades e chamar a atenção da população para a precariedade dos atendimentos.

A presidente da ASCOMCER também reforçou esse ponto. Segundo Alessandra, como todas as instituições filantrópicas, o hospital vem passando por dificuldades. Ela explicou que tais “dificuldades não são por causa de falta de repasse do SUS. A questão é que realmente a tabela não atende. O mesmo valor que recebíamos em 2008 para um determinado tratamento é o mesmo que recebemos hoje, sendo que tivemos vários aumentos nos preços dos medicamentos. O tratamento hoje é completamente incompatível com os valores repassados à instituição. Por exemplo, a novalgina que comprávamos em 2008 a dois reais, hoje eu compro a seis, entretanto, só recebo dois reais para comprá-la. Isso cria valores acumulativos de débitos”.

 

COMO COLABORAR

A ASCOMCER é uma entidade civil de caráter filantrópico e sem fins lucrativos, mantenedora do Hospital Maria José Baeta Reis.

Mediante os constantes desafios e falta de verbas repassadas pelo governo, a entidade realiza, ao longo do ano, diversos eventos e campanhas que visam amenizar a falta de dinheiro para adequar pagamentos e valores da instituição.
Os interessados em contribuir com a Ascomcer o poderão fazer participando destes eventos e campanhas, além do telemarketing e bazar da entidade.

No próximo sábado, 14, por exemplo, acontece a 4ª Feijoada Beneficente da Ascomcer no GranVictory Hotel, das 14h às 20h. O valor arrecadado com o evento é totalmente revertido ao hospital e aos atendimentos por ele ofertados. Os ingressos são individuais e já podem ser adquiridos diretamente no Hospital.

 

DIREITOS SOCIAIS DA PESSOA COM CÂNCER

Existe uma série de direitos assegurados para a pessoa diagnosticada com câncer. Os pacientes e familiares devem estar atentos a esses direitos a fim de cobrar das autoridades, prefeituras, estado, governo, para que tais direitos sejam cumpridos. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) apresenta em seu site uma lista com todos esses direitos.

Postado originalmente por: Diario Regional – Juiz de Fora

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