Chocolates caseiros são opção de renda extra na Páscoa

A diversão de uns é o trabalho de outros. Há menos de um mês para a Páscoa, têm muitas pessoas se preparando para ganhar um dinheiro extra com a venda de chocolates. O alto preço dos produtos encontrados nos supermercados e a falta de empregos motivam ainda mais, quando se trata de investir na produção caseira e oferecer doces dos mais variados tipos, com preços mais acessíveis e que agradem o público.

Foi pensando na renda extra para financiar os materiais da faculdade que há mais de 20 anos, o então estudante de artes, Rubens Kayambá, enxergou no chocolate a oportunidade para concretizar o seu sonho. À época, ainda pouco conhecido, o artista plástico conta que os primeiros clientes foram parentes e amigos. “Comecei a vender por necessidade, para poder comprar materiais para estudar. No primeiro ano, vendi cerca de 500 ovos de chocolate, todos produzidos em casa. Tinha os amigos da faculdade que compravam, e a minha esposa que também estudava me ajudava a divulgar, além disso, tanto a minha, quanto a família dela eram numerosas, o que ajudou a mobilizar mais pessoas”, lembra.

Apesar de, inicialmente, a ideia ter grande receptividade, Kayambá explica que a concorrência dos grandes fabricantes poderia ter impactado na continuidade dos negócios. Foi aí que ele resolveu apostar alto. “A palavra chave foi a inovação. Já sabia que queria trabalhar com chocolate a vida toda, tanto que nos meus trabalhos da faculdade, ele foi a matéria-prima. Porém, observei que era difícil concorrer, pois não tinha a tecnologia que as grandes (fabricas) tinham. A partir daí, tive que expor meu lado artístico e criar meus equipamentos”, relata o artista plástico.

Com o passar dos anos, a produção aumentou, bem como a demanda, e Kayambá precisou criar novas mercadorias. “Passamos a atender escolas, creches, entidades assistenciais, e começamos a oferecer outros serviços: pirulitos de chocolate, doces, ovos personalizados. Hoje, também operamos com serviço de confeitaria. Fazemos tortas, bolos, trufas, tudo por encomendas”, diz.

Na Páscoa passada, o microempresário revela que foram vendidos 1.200 kg de chocolate. Para atender às expectativas deste ano, e alcançar aumento de 5% a 10% nas vendas, Kayambá precisou contratar mais nove funcionários para suprir a demanda. “Desde 19 de fevereiro já estamos trabalhando”, afirma ele.

VENDAS NAS PÁSCOA DEVEM CRESCER

Apesar de não citar números, analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas) Daniela Ferreira afirma que as vendas de Páscoa devem sofrer um pequeno aumento, após dois anos seguidos de queda. Mas, para seguir a tendência mercadológica, o empreendedor deve se planejar. “O primeiro passo é se organizar na hora das compras, para que o vendedor não compre demais e o produto acabar sobrando, ou comprar de menos e o item faltar. Também é importante saber qual o preço de venda e como defini-lo. Levar em consideração a concorrência não é o suficiente. De repente, o empreendedor está investindo em um produto e embalagem de mais qualidade, e precisa precificar corretamente para não deixar de ter lucro”, explica.

Para garantir o complemento da renda, várias pessoas estão anunciando as vendas tradicionais em redes sociais, estratégia que, para Daniela, pode ajudar a alavancar as vendas. “Chocolate é bom e todo mundo gosta, mas tem que saber como vendê-lo, e as ações de marketing se torna uma boa ferramenta para aumentar as vendas e atingir os resultados desejados. O ideal é criar um marketing interessante, com fotos de qualidade e informes sobre o produto, por exemplo, se ele é diet, qual seu preço, tudo isso ajuda no momento de alcançar o público-alvo”, diz.

Daniela reforça que segmentar o mercado é imprescindível, principalmente quando se tem públicos distintos. “O comportamento do consumidor tem mudado nos últimos anos. Ele está mais preocupado com sua saúde, lendo os rótulos para saber o que o produto oferece. O vendedor que consegue compreender o que a demanda procura, se sobressai. O mercado fitness, por exemplo, está em alta. Se empreendedor desenvolve um ovo diet, com ainda menos calorias e que atenda às necessidades dessas pessoas, ele consegue um espaço importante”, afirma. “Quanto mais bonito e atrativo for o produto, maiores são as chances de ele captar atenção de quem o procura”, conclui Daniela.

Postado originalmente por: Diario Regional – Juiz de Fora

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