Educação pública e qualidade na formação é tema de Seminário na Facom

Abrir um novo horizonte de diálogo entre alunos e professores, trocando experiências rumo à uma construção de ensino crítico. Com essa proposta em vista, o Diretório Acadêmico Vladimir Herzog (Davh), da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), realiza, entre os próximos dias 16 a 19, o I Seminário de Qualidade na Formação de Comunicadoras e Comunicadores. Embora seja voltado para estudantes e professores da área, é aberto a toda a comunidade acadêmica, uma vez que discussões mais amplas sobre educação pública são previstas na programação.

De acordo com a coordenadora-geral do Davh e estudante do 7º período noturno do curso de Jornalismo, Nathália Iwasawa, o objetivo é refletir sobre os moldes da formação atualmente ofertada. “Queremos que esse debate se torne uma realidade na nossa Faculdade, para que possamos formar sujeitos que somem à sociedade, e não meros reprodutores da técnica e do normativo, que acabam se tornando profissionais irresponsáveis com a proposta que a comunicação deve ter: um compromisso social com a informação, que é um direito constitucional de todos os cidadãos, mas que não é respeitado por muitos veículos da mídia hegemônica.”

A discussão, segundo a discente, já é uma realidade no âmbito da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecos), que tem como bandeira o debate sobre a qualidade da formação de comunicadores e comunicadoras nas instituições de ensino superior. “Levar a reflexão sobre essas pauta que é tão cara a nós e repensar a educação que temos dentro das salas de aula. Por isso, nos aproximamos mais dessa pauta e sentimos que a realidade da Facom, exige, cada dia mais, que nos apropriemos dessa discussão”, explica. Iwasawa defende ainda que comunidades acadêmicas de outras faculdades participem do debate, conforme carta-convite divulgada na página do Diretório.

“Sabemos que a formação da UFJF segue a linha de diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), então, não é somente sobre a nossa instituição que estamos falando quando tocamos no assunto ensino público. O debate é bem mais amplo e profundo do que normalmente é tocado nas salas de aula, por isso, nós, como representação estudantil e portanto, política, temos como dever colocar essa realidade para os nossos estudantes. Mais do que propostas de soluções prontas, precisamos, antes, discutir essas problemáticas e debater com toda a comunidade acadêmica envolvida nesses processos.”

Contexto em análise

Já confirmado como participante da mesa de abertura do evento, que acontece na segunda-feira, 16, no Anfiteatro da Faculdade de Economia, o professor Paulo Roberto Leal corrobora a fala da estudante, destacando que é preciso entender o momento vivido pela instituição e pela profissão. Mais do que nunca, em circunstâncias de ataque ao que representa a universidade pública, é uma iniciativa extremamente necessária.

A sociedade investe em nós para encaminhar mecanismos de compreensão do que estamos vivendo. Por isso, num primeiro momento, é preciso fazer um diagnóstico do que estamos acompanhando na imprensa brasileira e se isso é fruto da formação que está sendo oferecida.”

Ainda segundo o docente, esse momento abre precedente para que práticas de avaliação seja, de fato, incorporadas ao dia a dia da educação pública. “Por rotina, é preciso fazer avaliações dos docentes, das diretrizes curriculares dos cursos e dos processos de aprendizado dos alunos. É algo que deveria ser perene e rotineiro na Universidade e passa a ser mais relevante no contexto em que estamos inseridos. Por meio dessa análise da atuação da mídia tradicional, podemos identificar se há alguma falha nessa formação, a ponta de prejudicar a oferta de um jornalismo de qualidade à essa mesma sociedade.”

Além do professor Leal, participam da mesa de abertura, que terá início às 18h, uma das principais referências do movimento negro, do hip hop e da militância pela democratização da comunicação na cidade, Adenilde Petrina Bispo; e os pesquisadores Lorene Figueiredo, da Faculdade de Educação (Faced), e Cícero Villela, também da Facom. A participação em todos os momentos da programação do seminário é gratuita, não sendo necessário realizar inscrição.

Outras informações: [email protected] (Diretório Acadêmico Vladimir Herzog.


 Fonte: Assessoria/UFJF

Postado originalmente por: Diario Regional – Juiz de Fora

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