Estudo analisa relações em famílias com filhos que possuem Síndrome de Down

A escassez de pesquisas que fazem associação entre a qualidade das relações conjugais e fraternais em famílias que possuem filhos com Síndrome de Down foi uma das motivações para a acadêmica Bruna Rocha de Almeida desenvolver sua tese de doutorado. Os resultados do estudo foram apresentados no Programa de Pós-Graduação em Psicologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Bruna conta que seu interesse pelo tema surgiu quando notou a falta de uma pesquisa aprofundada acerca dos subsistemas conjugal e fraternal de famílias com filhos portadores do distúrbio. “Tendo em vista que famílias com filhos com síndrome de Down apresentam particularidades, como o papel diretivo dos genitores e irmãos nos episódios interativos, são necessários estudos com essa população específica, direcionados para melhor compreensão das associações entre os seus diferentes subsistemas.”

A acadêmica fez uma coleta de dados, realizada na residência dos participantes, em horários e datas combinados com as famílias. Além disso, realizou pesquisa bibliográfica a fim de complementar seu estudo.

Após o término da pesquisa, Bruna chegou à conclusão de que as relações conjugais e fraternais dos pais são caracterizadas como amistosas e ajustadas, com bons níveis de consenso, coesão, satisfação e expressão de afeto. “As interações são caracterizadas por proximidade e um clima amigável entre o casal, que interage de forma igualitária, reconhecendo e valorizando os argumentos um do outro. Além disso, possuem uma afetuosidade, proximidade e companheirismo, com baixos níveis de conflitos e rivalidade.” A relação entre os irmãos também se mostra positiva em relação à amorosidade e proximidade.

A professora orientadora Nara Liana Pereira afirma que a tese assume importância acadêmica fundamental por ser a primeira a tratar desse tema com foco nos subsistemas conjugal e fraternal. Além disso, explica que o trabalho assume grande importância por servir de indicador indireto para mudanças práticas: “A ajuda não é direta: a pesquisa tem resultados que servem de subsídios para programas de intervenção.”


 Fonte: UFJF

Postado originalmente por: Diario Regional – Juiz de Fora

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar