Juiz de Fora e região permanecem na onda roxa durante a próxima semana

A Macrorregião de Saúde Sudeste, da qual Juiz de Fora é a cidade de referência, vai permanecer na onda roxa do programa Minas Consciente na próxima semana. A sinalização foi dada nesta quarta-feira (7), após reunião do Comitê Extraordinário Covid-19 criado pelo Governo de Minas Gerais para avaliar semanalmente a situação da pandemia do coronavírus em todo estado. O colegiado apontou a necessidade de que 12 das 14 macrorregiões de Minas Gerais prossigam na faixa mais restritiva dos protocolos estaduais, o que resulta na proibição de atendimento presencial em diversas atividades comerciais e em serviços tidos como não essenciais. Uma nova avaliação deve ser feita na próxima quarta, dia 14 de abril. “As demais regiões do estado devem seguir, por mais uma semana, as medidas decretadas na semana passada”, ressalta o Governo de Minas.

De acordo com a deliberação mais recente do Comitê, a macrorregião de saúde Triângulo do Sul e as microrregiões de São Gotardo, Montes Claros/Bocaiuva e Taiobeiras devem avançar para a onda vermelha do Minas Consciente a partir da próxima segunda-feira (12). Na semana passada, a macrorregião Triângulo do Norte e a microrregião de Patos de Minas já haviam avançado para a onda vermelha. A decisão será publicada nesta quinta no Diário Oficial do Estado. “No entanto, as localidades serão monitoradas pela Secretaria de Estado de Saúde até a próxima sexta-feira (9) para garantir que não haja piora nos indicadores da Covid-19. Somente será permitido o avanço a partir de segunda caso o cenário positivo se mantenha favorável”, pontua o Estado.

Suspensão de toque de recolher está mantida

O Comitê Extraordinário Covid-19 conta com integrantes da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, do Ministério Público, da Associação Mineira dos Municípios e da Defensoria, entre outros órgãos. Na reunião virtual desta quarta, o colegiado optou por manter a suspensão das regras que restringiam a circulação de pessoas das 20h às 5h e proibia reuniões familiares durante a onda roxa do plano Minas Consciente e decretou o fim das duas medidas. “A suspensão atende a um acordo judicial feito pelo Governo de Minas na última segunda-feira, após o deputado estadual Bruno Engler (PRTB) questionar a constitucionalidade das medidas”, diz nota publicada pelo Governo de Minas.

A despeito da manutenção da suspensão de tais restrições, o governador Romeu Zema (Novo) reforçou a situação de emergência sanitária e reiterou que o Estado desaconselha qualquer tipo de aglomeração ou trânsito desnecessário durante a pandemia. “Essas medidas não serão mais obrigatórias, mas é essencial que todos façam a sua parte para conseguirmos reduzir a propagação do vírus. Precisamos que a população mantenha todos os cuidados, use máscara e evite aglomerações para conseguirmos sair disso o mais rápido possível”, ressaltou Zema.

O governador considerou ainda que os indicadores já apontam resultados positivos obtidos a partir da adoção das medidas mais restritivas da onda roxa. “Temos observado resultado positivo nos números das regiões que entraram na onda roxa há mais tempo, o que permite deduzir que as demais regiões, em breve, também terão queda no número de casos. Essa queda, em um segundo momento, se refletirá na diminuição no número de internações e, em um terceiro momento, levará à queda no número de óbitos.”

Supermercados e padarias poderão funcionar até as 22h

O Comitê, todavia, determinou novas medidas para compensar o fim da restrição de circulação de pessoas e da proibição de reuniões familiares. Assim, durante a validade da onda roxa, passa a ficar proibida a retirada em balcão em todo o comércio não essencial, das 20h às 5h. “Assim, estabelecimentos como bares e restaurantes só poderão funcionar em formato de delivery neste horário”, exemplifica o Estado.

Por outro lado, supermercados e padarias terão o horário de funcionamento ampliado até as 22h, para reduzir a circulação de pessoas no pico. “As mudanças não terão impacto na efetividade da onda roxa, porque a restrição de circulação de forma isolada não tem impacto direto. O que realmente queremos é evitar aglomerações. Por isso a decisão de fazer com que serviços não essenciais, principalmente bares, não vendam produtos em balcão para evitar concentração de pessoas na porta. Também recomendamos cuidado até mesmo durante uma reunião familiar, em função do risco de contágio”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti.

Ainda de acordo com Baccheretti, a taxa de isolamento em Minas Gerais cresceu após a implantação da onda roxa. Ele ponderou ainda que, apesar do aumento no número de óbitos, as restrições já se refletem em queda na incidência da Covid-19. “Conseguimos uma taxa de isolamento crescente desde a semana 11, quando a onda roxa foi implementada em todo o estado. Mesmo assim, é um pouco lenta a queda na incidência, mas nos locais em que foi implementada primeiro temos tido sucesso”, avaliou.

Sobre o crescimento do número de mortes em decorrência da Covid-19, o secretário considerou que tal número não significa necessariamente que o estado traça uma curva de piora no cenário da pandemia. “Os óbitos ainda estão subindo, mas isso não significa que estamos caminhando para a piora. O óbito é o último indicador a subir e reflete o colapso que vivenciamos em março e começo de abril. A tendência importante é o número de casos novos, incidência e ocupação. Já sentimos melhora nesses indicadores.”

Região de JF tem a pior avaliação

Ainda de acordo com o Estado, para definir o avanço de uma macrorregião para um nível mais flexível do Minas Consciente ou a adoção de medidas mais restritivas, “o Comitê Extraordinário Covid-19 se baseia em um sistema de pontuação da localidade, elaborado com base nos dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG)”. Para isto, são considerados indicadores como taxa de incidência, positividade, ocupação de leitos e grau de risco, e a macrorregião atinge uma pontuação de 0 a 32.

Assim, as macrorregiões que atingem até 12 pontos são classificadas na onda verde do Minas Consciente; entre 13 e 19 pontos, na onda amarela; e 20 pontos ou mais, na onda vermelha. Resta ainda uma avaliação tida como excepcional, que determina a adoção da onda roxa, criada para restabelecer a capacidade assistencial. A macrorregião Sudeste, de Juiz de Fora, obteve, nesta quarta, 30 pontos na avaliação do Comitê, a maior entre todas as macrorregiões de Saúde do estado.

“Atualmente, todas as macrorregiões mineiras registram mais de 20 pontos e, por isso, ainda é necessária a manutenção da onda roxa na maior parte do estado. A possibilidade de avanço para a onda vermelha depende de uma avaliação constante e criteriosa desses indicadores, para garantir que a flexibilização não coloque em risco a saúde da população”, afirma o Governo de Minas.

Números

Ainda de acordo com a nota publicada pelo Governo do Estado, na última semana, Minas Gerais registrou aumento de 5,2% nos casos de Covid-19 e 7,8% nos óbitos decorrentes da doença. “A taxa de isolamento em Minas, na última semana, foi de 46,3%. Já no Brasil, ficou em 49,94%. A incidência da Covid-19 em Minas Gerais caiu 21% nos últimos 14 dias e 6% nos últimos sete dias”, diz o Estado.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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