A crise financeira se agravou em grande parte dos municípios mineiros e vários prefeitos já anunciaram medidas para tentar manter em funcionamento serviços básicos que são prestados à população. Estima-se que 56% dos municípios de Minas se encontram em situação de completa calamidade sem conseguir quitar compromissos como a folha de pagamento, manter abertas escolas e postos de saúde.
Em Campo Belo, cidade que tem orçamento anual de R$ 125 milhões para atender quase 55 mil habitantes, o prefeito Alisson de Assis Carvalho não consegue manter em dia os salários dos professores e já avisou que não tem previsão de quando vai pagar o décimo terceiro salários dos servidores. Ele já demitiu de setembro até agora, 163 funcionários e alguns setores da prefeitura não vão funcionar às sextas-feiras. O transporte de pacientes que faziam tratamento em outras cidades também foi suspenso.
Em Patos de o Prefeito José Eustáquio anunciou que os vencimentos dele e do vice-prefeito estão suspensos até janeiro. Haverá corte de gratificações, gastos de energia, água e telefonia, demissão de 10 diretores e irão reduzir de 114 para 50 o número de encarregados. Haverá redução de 20% no salário dos secretários e as medidas também devem atingir os contratos e os aluguéis.
Em Muriaé o Prefeito Grego decidiu redução de gastos com combustíveis, óleos lubrificantes, telefonia, Correios, energia elétrica, entre outros, visando uma economia de até 80% das despesas. O expediente de atendimento no Centro Administrativo se dará em horário especial, entre 12h às 18h. Com as medidas, ele garante que conseguirá manter o pagamento dos servidores sendo feito até o quinto dia útil.
Em Viçosa, o Prefeito Ângelo Chequer decretou a moratória do Município, no âmbito da Administração Direta, Fundos Municipais e Regime Próprio de Previdência, até 31 de janeiro de 2019, para com fornecedores de bens, serviços e projetos, quanto a obrigações vencidas e vincendas. Ele determinou que a Secretaria de Administração realize reuniões com os principais fornecedores a fim de negociar os débitos, que serão quitados de forma parcelada. A medida não será aplicada para os fornecedores, como os de serviços de comunicação, energia, abastecimento e limpeza pública. Também estão suspensos pagamentos de horas extras a servidores, bem como proibidas as concessões de diárias. As exceções são as horas extras e diárias destinadas aos motoristas em viagens oficiais, motoristas vinculados aos serviços de saúde, agentes de trânsito, servidores a serviço da Defesa Civil em caso de ocorrências e vigias dos prédios públicos.
Em Cataguases o horário de funcionamento dos setores administrativos será das 7h às 13h15, exceto serviços essenciais, como postos de saúde, cemitério, defesa civil, entre outros. Além disso, fica decretada a contingência de 25% nos contratos vigentes.
Divinópolis
Em Divinópolis, apesar dos salários escalonados para todos os servidores e expectativa de não pagamento do décimo terceiro salário o que pode desencadear greves em áreas fundamentais como saúde e educação, a prefeitura até agora manteve apenas a redução do horário de atendimento e anunciou fechamento de CEMEIs, com transferência de alunos para outras unidades próximas e renegociação de aluguéis. Ainda não foram anunciadas outras medidas de contenção de gastos.
Durante a Reunião da Câmara, vereadores sugeriram a redução de cargos comissionados, hoje cerca de 230, contra 150 da gestão passada. Também sugeriram revisão do funcionamento ou até mesmo extinção de algumas secretarias como Cultura e Esportes que hoje consomem todo o seu orçamento apenas com a folha de pagamento, não oferecendo serviços ao cidadão. Também vem sendo questionada a utilidade da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com orçamento de 2 milhões e meio de reais e que não conseguiu atrair novos investimentos para a cidade.
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Postado originalmente por: Nova FM