Cafeicultores se preocupam com qualidade dos grãos no Sul de Minas

Os cafeicultores do Sul de Minas já colhem antecipadamente os grãos. Porém, a realidade nas lavouras não é muito animadora. Grãos secos, verdes e maduros são encontrados nos pés. A variação foi causada pelo clima, especialmente as chuvas, que vieram em momentos inesperados.

Com uma lavoura nova, de 2 anos, os pés deram frutos pela primeira vez. Na semana passada teve início a colheita manual, antecipada. A princípio, era esperado começar os trabalhos daqui um mês.

“Este ano a gente teve um período chuvoso mais extenso, o que ocasionou a maturação dos grãos, adiantou. Além disso, teve uma florada picada, que vai prejudicar um pouco na questão da qualidade”, disse o produtor João Paulo Pinheiro.

No momento, a colheita na propriedade se limita à safra mais nova, de sete mil pés. A maturação diferente dos frutos refletiu na antecipação. Em média, 30% do café ainda está verde. Ainda assim, a colheita é realizada. A condição preocupa o produtor.

Segundo Pinheiro, o grão de primeira florada, que já está maduro, seca e pode ser atingido por fungo. Isso, também, prejudicaria a qualidade.

Representante comercial de uma cooperativa, André Luiz Reis diz que a colheita antecipada, com grãos verdes, também representa prejuízo econômico. Dessa forma, a dificuldade de atingir o mercado internacional de cafés especiais é bem maior.

O engenheiro agrônomo André Garcia aponta o clima como principal fator para a colheita antes da hora. Conforme ele, a chuva do início do ano, em grande quantidade, fez com que alguns frutos tivessem maturação precoce.

Impacto nas cooperativas

A antecipação das colheitas também tem impactado cooperativas. A de Boa Esperança, que recebe produto de sete cidades da região, já recebeu 579 sacas de 60. A quantidade representa o dobro do mesmo período de 2018.

Em 2018, a cooperativa recebeu 780 mil sacas. Neste ano, mesmo com safra antecipada, a expectativa é que não ultrapasse 500 mil. Mais um motivo de preocupação, visto que a quantidade menor com qualidade reduzida representa menos dinheiro para o produtor.

 

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Postado originalmente por: Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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