Escola de Carmo completa 50 anos de estadualização. Confira a sua história

Foto: Reprodução Redes Sociais – O antigo casarão de Maria Goulart, entre o Lar Nossa Senhora do Carmo onde atualmente é o Depto. de Educação e Cultura da Prefeitura, e a Capela atualmente o Auditório Municipal

 

Foto: Portal Onda Sul

Nesta sexta-feira, 24, a Escola Estadual Santo Antônio em Carmo do Rio Claro comemoram seus 50 anos de estadualização e, para comemorar essa longa história, o Portal Onda Sul reuniu grandes informações para mostrar a trajetória da escola, desde o seu início até o modelo atual. A Escola Estadual Santo Antônio, que nos primórdios não possuía esse nome, entre muitas das suas etapas, no início, era um colégio de freiras e durante anos educavam apenas meninas.

Sendo assim, no dia 15 de agosto de 1904, foi fundado o Colégio Sagrados Corações Jesus e Maria. Sendo a sua principal fundadora, Madre Maria Rafael. Após essa data, já no próximo dia, as aulas começaram. Além da responsável por ter fundado o Colégio Sagrados Corações de Jesus e Maria, Madre Maria Rafael; outras Irmãs também vieram da França para o Brasil. Entre elas, Madre Maria Fernanda, responsável por dirigir o colégio do Carmo com exemplar zelo.

Em 1907, Mére Rafael funda na cidade o primeiro noviciado da Providência e, entre as primeiras alunas, uma carmelitana estava presente. Maria das Dores de Carvalho foi à primeira aluna no Brasil a receber o hábito da Congregação da Providência. Junto com o hábito, a carmelitana passou a ter seu nome, como religiosa, Irmã Maria Marta, e 29 de julho ficaram conhecidas como seu dia onomástico. Sendo assim, Irmã Maria Marta deu aulas de francês e português no Colégio Sagrados Corações de Jesus e Maria e após um tempo partiu para Itajubá, onde trabalhou atendendo a vários chamados.

Foto: Portal Onda Sul – Imagem da época em que a escola ainda era um colégio de freiras. Lembrança das Irmãs

Entre os grandes nomes que contribuíram para erguer o colégio, está Maria Goulart, conhecida como a doadora do patrimônio em que foi feita a obra do Colégio Sagrados Corações de Jesus e Maria. Foi através do seu gesto caridoso que foi possível a implantação do colégio idealizado por Mére Rafael para educar as meninas e posteriormente os meninos também.

Além de Maria Goulart, outros grandes nomes que fazem parte dessa história e contribuíram para o início e o desenvolvimento do que hoje é conhecido como E. E. Santo Antônio são Manoel Pereira de Carvalho, cunhado da Dª Maria Goulart e Cônego Leopoldo Peyronne. Manoel Pereira Carvalho doou o terreno onde foi construída a Capela Sagrados Corações de Jesus e Maria, no ano de 1908. Sendo Cônego Leopoldo Peyronne seu primeiro capelão das religiosas, além dessa função ele também prestou serviços como vigário.

Foto: Reprodução Redes Sociais

Sendo assim, a capela foi então de início responsabilidade das Irmãs e do Colégio Sagrados Corações de Jesus e Maria, anos depois, a Prefeitura de Carmo do Rio Claro adquiriu o patrimônio.

Maria do Carmo Faria de Lima (Carminha), hoje secretária da escola Santo Antônio, lembra com muito carinho o tempo em que estudou na escola quando ainda era um colégio de freiras.

“O tempo das Irmãs era muito bom. Terminei o normal em 1967 e estudei desde o primeiro ano aqui. No início era um colégio frequentado só por meninas, mas, a partir do primário entraram os meninos. No ginasial eram apenas as meninas quem estudavam aqui.”

Carminha também relembra quem lecionava no colégio.

“Eram as irmãs que lecionavam. Às vezes contratavam algum (a) professor (a) para preencher a grade, mas normalmente eram elas. Lembro que Miriam Aschar foi uma das professoras do colégio”.

Entre seus dizeres, Carminha também destaca que todas as lembranças vividas por ela naquele tempo foram boas.
No ano de 1948, teve início uma nova fase, onde as histórias vieram-se a se unir, devido a doação do atual prédio.

Através de uma Zeladora Auxiliar das Irmãs da Providência, na antiga Vila Vicentina ou Vila São Vicente de Paulo, a Irmã Raquel juntamente com a Irmã Brígida, viram a necessidade de fundar uma escolinha para as crianças do bairro Santo Antônio.

Com isso, durante os anos de 1948 a 1954, a escola dependia da Sociedade São Vicente de Paula e, em seguida, da Prefeitura Municipal, sendo dirigida sempre pela Irmã Raquel. Já no ano de 1955 foi criada pelo Estado, uma classe do 1º ano primário, pertencente ao Grupo Escolar Santo Antônio e que passou a ocupar a sala destinada a E. E. Santo Antônio, num total de 40 alunos. Com aumento de mais uma classe passou a funcionar no prédio do Pró-Menor (entidade filantrópica), também no bairro Santo Antônio, onde operou até 1968.

Continuando no ano de 1968, novos obstáculos foram surgindo, mas, através de um gesto de generosidade e desprendimento quando houve a fusão dos Colégios Sagrados Corações de Jesus e Maria e Montfort (dirigido também por uma congregação religiosa, os Irmãos de São Gabriel e que abrigava somente alunos do sexo masculino) dando origem assim á Escola Estadual de Carmo do Rio Claro, que tempo depois foi renomeada para E. E. Monsenhor Mário Araújo Guimarães. Pelo motivo da fusão, os dois colégios funcionavam no mesmo endereço onde estava o Montfort.

Foto: Reprodução Redes Sociais

Logo após, em 1969 o prédio do Colégio Sagrados Corações de Jesus e Maria foi doado ao Estado, pelas Irmãs da Providência, sendo então a Escola Santo Antônio, transferida para o centro da cidade, na Praça Maria Goulart, passando a funcionar em 24/02/1969 como “Escola Singular”.

Após isso passou então a ter autonomia e direção próprias contando com dez classes. Em 09/07/1970 foi transformada em “Escolas Reunidas”, depois em “Grupo Escolar” e, em 23/12/1983 foi legalizada a mudança de sede da escola e pelo Decreto nº 23.377/1984 de 25/01/1984 foi feita a retificação para o nome de “Escola Estadual Santo Antônio”.

Ao passo da história, muitas diretoras fizeram parte da Escola Santo Antônio, a primeira diretora na fase estadual foi Cecília Silva Pereira Jacob. Passaram também pela direção da escola: Adriana Maria dos Reis, Maria da Penha Silva Nascimento, Elza Lúcia Elias Junqueira, Tânia Maria de Lima, Maria Aparecida Monteiro Flores, Elenice Natalete de Miranda de Oliveira, Maria Aparecida de Oliveira e, pelos últimos 7 anos, Maria Darcy Barbosa Junqueira (Cize) em atividade até o momento.

Foto: Portal Onda Sul – Algumas das antigas diretoras da escola

Por fim, a escola tem como meta garantir a equidade de tratamento e oportunidade a todos os alunos assim como oferecer além do conhecimento, cuidado e atenção. Hoje, a escola oferece a educação do 1º ao 5º ano, funcionando com 155 alunos e 10 professores. Maria Darcy Barbosa Junqueira (Cize) acompanhou a equipe do Portal durante toda a entrevista.

Apesar de toda a história, a escola necessita de uma reforma, como a diretora destacou:

“Desde 2015 há o termo de compromisso para a reforma geral do prédio. Mas, até o momento não houve nenhum repasse do Governo voltado para a reforma da escola. É muito importante essa história. São 50 anos só de estadualização, mas, além disso, são mais de 100 de história.”

Foto: Portal Onda Sul

Muita expectativa e esforços estão sendo então realizados junto a Superintendência Regional para que a reforma geral do imóvel aconteça, com o objetivo de uma escola mais segura, bonita e prazerosa para todos.

Foto: Portal Onda Sul

 

Por Portal Onda Sul – Carmo do Rio Claro

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