Para 90,2% dos mineiros, lei deve garantir salários iguais entre gêneros

Entrevistados defendem que governo exija das empresas que mulheres recebam o mesmo que homens

 A diferença salarial entre homens e mulheres é tema de discussão mundial por conta da disparidade nas cifras – historicamente eles recebem mais do que elas, mesmo ocupando cargos iguais. E, para tentar controlar essa diferença, a maioria esmagadora dos mineiros, 90,2%, acredita que o Estado deve exigir, por meio de leis, que funcionários dos dois gêneros sejam remunerados da mesma forma quando exercerem funções similares em empresas privadas.

A constatação é da pesquisa Minas no Brasil de 2018, um projeto desenvolvido pelo jornal O TEMPO em parceria com o Grupo Mercadológica. Os dados também apontam que somente 8,2% das pessoas ouvidas não concordam com a implementação de leis para equiparar as remunerações. Isso num país em que o vencimento das mulheres é 32,2% menor do que dos homens, sendo que, para eles, cada hora trabalhada custa, em média, R$ 14,55; para elas é de R$ 11. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do último trimestre do ano passado.

Para tentar combater essa disparidade salarial entre gêneros, a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) apresentou um projeto no Congresso Nacional. A intenção é que companhias com mais de 250 funcionários sejam obrigadas a divulgar, uma vez por ano, a média salarial dos homens e das mulheres.

O levantamento Grupo Mercadológica mostra ainda que o total de 1,7% dos entrevistados não respondeu ao questionamento.

Mercado.

A pesquisa Minas no Brasil de 2018 também aponta que a maioria dos participantes entende que o Estado deve controlar, por meio de legislação, algumas relações entre empresas privadas. Para 63,4% do eleitorado, o governo precisa interferir nos preços de produtos e serviços praticados pelas companhias, ante 28,6% dos que se posicionaram de forma contrária.

A parcela de 62,1% dos participantes da amostragem acha que o Executivo precisa controlar a concorrência entre as empresas, enquanto que 26,2% entendem que essa intervenção não é necessária. Em relação a publicidade praticada pelas companhias, a pesquisa indica que 56,2% dos mineiros consideram que ela precisa ser gerida por meio de uma legislação, e 31,4% discordam dessa avaliação.

Série. A quinta edição da pesquisa Minas no Brasil de 2018 vai mostrar ao longo desta semana outros recortes do levantamento, como por exemplo, a taxa de impostos sobre produtos importados.

Classes A e B apoiam mais a equiparação

A pesquisa Minas no Brasil de 2018, projeto desenvolvido pelo jornal O TEMPO em parceria com o Grupo Mercadológica, aponta que principalmente pessoas das classes A e B compõem a parcela de 90,2% do eleitorado que é favorável à criação de leis no país para equiparar os salários entre os gêneros em empresas privadas.

O total de 91,5% dos entrevistados das classes econômicas A e B responderam que são favoráveis a essa interferência do Estado. Em relação a faixa etária, o maior índice de apoio registrado a essa regulamentação de remunerações em companhias é de participantes entre 35 e 44 anos, com 92%.

Ainda no grupo daqueles que querem uma legislação para equilibrar os vencimentos de homens e de mulheres que ocupam as mesmas funções em organizações, a amostragem assinala que entre elas esse número chegou ao patamar dos 92,5%, enquanto que entre os homens o percentual foi de 87,7%.

Da Redação, com O Tempo 

Postado originalmente por: Portal Sete

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