Entra governo, sai governo e a população brasileira continua pagando a conta. O preço da cesta básica, por exemplo, registra aumento de 85% nos últimos 10 anos, segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD).
Quem frequenta sacolões, açougues e supermercados de Belo Horizonte faz de tudo para driblar a alta nos preços. Nas ruas, o sentimento da população é de revolta e desesperança.
“Tudo está muito caro mesmo, coisa absurda. A batata então, feijão, óleo… tudo, tudo um absurdo. Vou em busca das promoções. Vou a um supermercado vejo que um trem está mais barato, depois vou a outro”, diz a confeiteira Simone. O Brasil está perdido. O brasileiro vai começar passar fome, porque está uma coisa absurda”, completa.
A indignação da confeiteira tem justificativa. Em maio de 2009 a cesta básica custava R$ 225. No mesmo período deste ano, o conjunto passou a custar R$ 445.
“Toda vez que a gente vem é um susto com os preços. Para mim o que está mais caro é a verdura, porque compro toda semana”, diz a babá Patrícia. “Compra-se mais só o que está na promoção mesmo”, destaca.
Se o preço dos produtos de sacolão está elevadíssimo, a situação é ainda pior quando a demanda é por carne, conforme reclama o aposentado José Bandeira. “A única carne que está mais ou menos hoje é a suína, porque a carne de boi o pobre praticamente não tem condição de comprar”.
A economista da Fundação IPEAD, Taíse Martins, confirma que o aumento de 85% no preço da cesta básica tem impacto significativo na renda das famílias. “É bom lembrar que nesse mesmo período a inflação acumulou uma alta inferior a da cesta básica, que foi de 76,27%. Então, em termos reais a cesta básica subiu mais que a inflação nesses últimos 10 anos”.
Postado originalmente por: Portal Sete