Travesti é espancada em BH e tem estado de saúde grave; motivação é mistério: política ou reação a furto

Circula nas redes sociais um polêmico caso de espancamento e furto envolvendo duas travestis e três homens de 19, 24 e 37 anos. O caso aconteceu na madrugada dessa quinta-feira (11) no alto da avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Eles teriam agredido uma das garotas com a intenção de matar após elas terem furtado os celulares deles. O estado de saúde dela é estável, em atualização realizada neste sábado (13).

Na ocasião, os três homens registraram o boletim de ocorrência e afirmaram que estavam no carro quando teriam sido abordado pelas travestis. Elas teriam começado a acariciar os rapazes e eles questionaram se eram “homens ou mulheres”; quando elas disseram ser travestis, eles saíram do local. Após isso, o trio percebeu que supostamente dois celulares teriam sido furtados e voltaram para recuperar.

Ainda segundo o boletim, assim que viram os homens retornando ao local, as travestis teriam saído correndo. Uma delas deixou o celular no chão e fugiu. A outra, por sua vez, tropeçou. Eles teriam questionado onde estava o celular, ela teria dito não saber; em seguida, agrediram a travesti com uma pedra e ela foi encaminhada ao Hospital João XXIII. Os policiais foram acionados e localizaram o celular que a outra travesti teria deixado no chão; ela ainda está foragida.

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Por outro lado, a defesa das travestis nega ter ocorrido qualquer tipo de furto. De acordo com as advogadas do Instituto Direitos Humanos, elas estavam trabalhando quando o carro parou, o trio desceu e começou a perseguir uma das garotas. A outra viu a situação e correu para ajudar; nisso, a que foi perseguida inicialmente conseguiu fugir e os rapazes espancaram a que ficou no local. Eles teriam deixado o celular no chão, próximo onde ocorreu a agressão, para simular o roubo.

O laudo médico da travesti, apontou que a vítima sofreu traumatismo craniano. Apesar de grave, o estado de saúde dela é estável. A defesa garante que houve espancamento.

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Nas redes sociais, circula um texto em que testemunhas confirmam a versão da defesa e completam que, no carro do trio, haviam adesivos de apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Nossa reportagem conversou com um dos autores que assegurou não ter havido agressões contra as garotas, apenas reação ao furto. Nenhum deles foi autuado.

Investigação

A assessoria de imprensa da Polícia Civil disse que o delegado de plantão autuou a travesti em flagrante por furto. O inquérito foi encaminhado à 1ª Delegacia Seccional Centro para apurar possível lesão corporal. Portanto, a travesti sairá do hospital algemada quando se recuperar, enquanto os policiais ainda vão investigar para analisar se houve lesão corporal contra ela.

Postado originalmente por: Portal Sete

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