Conselhos tentam evitar corte de árvores na Escola Estadual Brasil

Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau) e Conselho Municipal de Políticas Culturais se reuniram ontem na Escola Estadual Brasil para evitar o corte de 19 árvores no interior da instituição de ensino. Solicitação foi feita pela diretora do Grupo Brasil, Marilda Alves Timóteo de Carvalho, com o objetivo de dar mais segurança aos alunos. Equipe multidisciplinar, que participou da reunião, fará análise aprofundada sobre alternativas que não interfiram no patrimônio natural da escola.
Segundo o ambientalista e membro do Conselho de Cultura, Carlos Perez, por ser a Escola Estadual Brasil tombada como Patrimônio Histórico do município, o corte de árvores no seu interior e no entorno precisa ser autorizado pelo Conphau. Por isso, em ofício encaminhado ao conselho, a diretora Marilda de Carvalho justificou que as árvores estão acarretando sérios danos à instituição, como levantamento do cimento onde as crianças lancham, interferindo na rede física e de esgoto, com vários prejuízos e perigo para as crianças devido ao desnível do cimentado, o que causa quedas dos alunos.
Foi solicitado a um biólogo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) que avaliasse as condições fitossanitárias de grupo de árvores das espécies flamboyant e sibipiruna, entre outras. Inicialmente, ele atentou para a necessidade de corte de seis árvores, quantidade que subiu posteriormente para 19.
Perez ressalta que o Conselho de Políticas Culturais pediu ao Conphau um prazo para encontrar outras alternativas e compareceu à reunião com equipe formada por engenheira ambiental, arquiteta, veterinário, moradora do local que plantou árvores, advogada e engenheiro agrônomo. “Conversamos com a diretora e pedimos para ela avaliar que adequações estruturais e arquitetônicas poderiam ser feitas sem a supressão de árvores. Vemos claramente que essa supressão causará grande impacto ambiental, pois as salas de aula vão ficar hiperquentes e a qualidade vida dos alunos vai ficar comprometida”, esclarece. A diretora foi receptiva à proposta apresentada e uma nova reunião será marcada com a superintendente regional de Ensino, Marilda Ribeiro, para discutir a questão.
A engenheira ambiental Giovana Andrade Assunção fará análise aprofundada do laudo apresentado pelo biólogo da Semam, que, mesmo afirmando que a secretaria não dispõe de equipamentos que permitam análises internas das árvores e que externamente não é possível observar evidências de fitossanidade comprometida, recomendou o corte das espécies. “Não há um parecer fitossanitário exato de doença nas árvores e queremos ver tanto o que está em cima quanto o que tem por baixo, como o enraizamento e solo, por exemplo. Então, primeiro vou contestar o laudo e veremos que tipos de doenças elas podem ter, de que forma podemos tratá-las, sem precisar de derrubar as árvores. A supressão é a última alternativa”, esclarece a engenheira ambiental.

Postado originalmente por: JM Online

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