Excesso de chuvas gera prejuízos a produtores de soja da região

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Por causa do atraso na colheita, proporcionado pelo mau tempo, os grãos se deterioram e precisam ser descartados

O período prolongado com chuvas todos os dias está atrapalhando a colheita de grãos, gerando prejuízos a produtores rurais. Reportagem do Jornal da Manhã apurou projeções de perdas junto a agricultores de Uberaba e outras cidades da região.

O produtor Fernando Martins, em apenas uma das fazendas, com 200 hectares de soja plantados, projeta que até agora o prejuízo está em cerca de 30 sacas por hectare. Atualmente, a saca de 60kg do grão está cotada em média a R$70. O prejuízo é de cerca de R$2.000 por hectare. Ou seja, em apenas uma propriedade o prejuízo pode chegar a R$400 mil. Ele lamenta que o prejuízo seja grande e que o produtor, muitas vezes, leva um ou dois anos para se recuperar. “A gente depende da produção de um ano, então, se nos próximos dois anos correr tudo bem, a gente recupera. Mas, e se não correr?”, questiona.

Produtor das cidades de Delta e Conquista, Macsuel Antônio Batistel disse que está colhendo uma carga e a chuva volta, dificultando as atividades. “A gente trabalha duas horas, às vezes três, e a chuva vem e tem de parar”, revela. Na área que ele produz, 700 hectares, ele estima que o prejuízo esteja variando de 30% a 40%. Antônio afirmou que o prejuízo só não é maior porque parte da área foi plantada mais tarde e ainda está “verde”, ou seja, não está pronta para colheita. Apesar disto, afirmou que em áreas aptas, as vagens estão abrindo e os grãos, se perdendo. Ele lamentou ainda que o atraso na colheita gera, também, atraso na segunda safra, chamada de safrinha. “Prejudica a safrinha também, porque a janela do milho e do sorgo é mais curta”, finaliza.

Grãos chegam aos armazéns com alta taxa de avarias, diz gerente de unidade

As cargas de grãos de toda a região que chegam para descarga nos armazéns estão com alta taxa de avariação. A afirmação é do gerente de unidade de estocagem localizada em Uberaba e que recebe produtos de outras cidades. A recomendação atual é que cargas com taxa de 10% de grãos danificados não sejam mais recebidas.

À reportagem, Luciano Cordeiro da Paixão, gerente do Armazém Atlas, afirmou que são muitas cargas com produtos “avariados”. Essa classificação é dada para grãos que já estão perdidos. “Os grãos estão chegando aqui perdidos. Fermentados, germinados, imaturos, ardidos, mofados e queimados”, revela. De acordo com ele, carga com até 24% de grãos perdidos foi registrada recentemente. O gerente afirmou ainda que cargas com umidade alta são recebidas, pois os equipamentos do armazém fazem a secagem para um nível adequado. “Quando é só umidade a gente seca, dá mais trabalho para gente, mas recebemos”, esclarece, afirmando que o serviço nos secadores está operando no limite.

Cordeiro disse ainda que lhe foi dada recomendação para não receber cargas com mais de 10% de grãos avariados. “Eu recebi uma determinação que a tolerância é de 10%, caminhão que chegar com carga acima de 10% de avariados, eu sou obrigado a devolver”, ressalta. A unidade onde ele é gestor tem a previsão de receber 800 mil sacas de soja no mês de março.
 

Postado originalmente por: JM Online – Uberaba

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