Ábila e Pratto foram preteridos por Fred. Quem lucrou e quem perdeu?

Por Hugo Serelo

A maior final da história da Libertadores foi protagonizada por dois centroavantes. Ramon Ábila, do Boca Juniors, e Lucas Pratto, do River Plate. Os dois camisas 9 possuem mais coisas em comum do que estarem novamente a se enfrentar em clubes rivais, relembrando os confrontos entre Cruzeiro x Atlético em 2016 e 2017. Ambos, cada um ao seu modo, foram preteridos pelo centroavante Fred.

Relembre:

Lucas Pratto por Fred

Ábila e Pratto foram preteridos por Fred. Quem lucrou e quem perdeu?

Pratto, sempre decisivo em clássicos.

 

Urso chegou ao Atlético em 2015 numa temporada espetacular. Fez uma boa Libertadores, venceu o Mineiro sendo decisivo em clássicos e fez um grande Brasileiro na campanha do vice-campeonato.

Pratto se tornou ídolo pela qualidade técnica e pela raça tão querida pela massa atleticana.

Todavia, o então presidente atleticano Daniel Nepomuceno, num arrombo inconsequente, decidiu contratar o centroavante Fred por uma quantia milionária na metade de 2016.

O centroavante veio do Fluminense a peso de ouro. Do ponto de vista do marketing, foi uma ação espetacular. A torcida cruzeirense se sentiu incomodada com o “cruzeirense” Fred que foi jogar no rival sem remorso.

Custo Fred

Fred chegou numa quarta-feira e já estrou num clássico de domingo. Apesar de marcar um gol, a derrota por 3×2 em pleno Independência pra um Cruzeiro desfalcado e na zona de rebaixamento foi prenúncio de uma contratação ruim.

Em 2016, Fred fez 12 gols e pouco ajudou o Galo no Brasileiro. O Atlético foi vice da Copa do Brasil, mas Fred não atuou no torneio porque já havia jogado pelo Fluminense.

Em 2017, a diretoria alvi-negra percebeu que manter Fred e Pratto pra mesma posição era caro. O técnico Roger colocou o argentino no banco de reservas. A solução foi vender um dos dois, e o escolhido foi Pratto.

Fred venceu o Mineiro, mas decepcionou em partida ruim no vexame da eliminação pro Jorge Wilstermann da Bolívia na Libertadores.

Seu salário, especulado em cerca de 800 mil, trouxe pouco benefício em campo.

No fim do ano, saiu do clube pela porta dos fundos sendo chamado de Judas ao rescindir contrato num dia e em menos de 24 horas atravessar a rua para se reunir com Itair Machado e fechar com o Cruzeiro.

Não teria sido melhor deixar Pratto quieto aqui e investir o dinheiro de Fred em outras contratações?

Ábila no Cruzeiro

Ramon Ábila chegou ao Cruzeiro em 2016 e fez gols para salvar o Cruzeiro do rebaixamento.

Em 2017, Mano Menezes começou a sacanear o centroavante argentino até praticamente forçar sua venda. Sem chances na Toca, Ramon foi para o Boca.

Para suprir a ausência de Ábila, a diretoria teve de investir muito dinheiro pra trazer Sassá. O resultado foi pífio.

Ábila por Fred

Ábila e Pratto foram preteridos por Fred. Quem lucrou e quem perdeu?

Fred na fisioterapia. Passou a maior parte do ano por lá.

 

Fred, que sempre preteriu o Cruzeiro no auge da carreira, aceitou ir para a Toca ganhando um salário astronômico quando já estava velho e decadente.

Seu desempenho em campo foi pífio. Não participou de nenhum jogo de Libertadores e Copa do Brasil, e se lesionou na semi-final do Mineiro.

A contusão não era surpresa. Um atleta com amplo histórico de contusões ao longo de toda a sua carreira tinha enorme chance de piorar sua situação aos 34 anos.

O jeito foi investir um alto valor para trazer Barcos para a posição.

Ao trazer Fred, a diretoria assumiu um risco inconsequente do ponto de vista técnico e também financeiro.

Não teria sido melhor manter Ábila quieto aqui?

Libertadores

Pratto e Ábila participaram de três dos quatro gols no excelente primeiro jogo da final da Libertadores, terminada em 2×2. Ambos foram fundamentais por seus clubes ao longo da campanha.

O Cruzeiro, que não vence torneios internacionais desde 1999 e que não elimina clubes argentinos em Libertadores desde 1976, amarga mais um ano de fila internacional.

O Atlético, incapaz de dar prosseguimento aos títulos expressivos que finalmente vieram a partir de 2013 e 2014, amarga mais um ano de fila e sofrendo com o caro Ricardo Oliveira que dá pouco retorno técnico.

Torcedores e diretorias de ambos os clubes precisam refletir e admitir os erros envolvendo os investimentos em Fred, o único a lucrar em toda essa história.

Hugo Oliveira Pegoraro Serelo, 31 anos, pesquisador esportivo, jornalista, radialista. Nasceu em Andradas-MG e mora em Divinópolis-MG. Torce pro Rio Branco de Andradas e tem uma leve simpatia pelo Cruzeiro Esporte Clube.

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Postado originalmente por: Minas AM/FM

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