Após comentário, Juninho Pernambucano está fora da Globo e da Sport TV

Originalmente escalado para   a cobertura da Copa do Mundo da Rússia, Juninho Pernambucano não trabalha mais para o Grupo Globo. A Rede Globo confirmou nesta segunda-feira (7), por meio de comunicado oficial, a saída do comentarista, que será substituído no Mundial por outro ex-jogador, Roger Flores.

“Na última sexta-feira, dia 4, Juninho Pernambucano solicitou a rescisão de seu contrato de trabalho com o Grupo Globo. Ele se afastará de suas funções como comentarista da Globo e do SporTV para tratar de assuntos pessoais. A Globo aceitou o pedido e agradece a Juninho Pernambucano a importante contribuição na análise dos eventos esportivos que acompanhou como comentarista. Roger Flores substituirá Juninho Pernambucano na equipe do Esporte da Globo que cobrirá a Copa do Mundo da Rússia”, pronunciou-se a emissora.

Entenda o caso

No dia 30 de abril, Juninho participava do ‘Seleção Sportv’ e, durante a discussão sobre os protestos da torcida contra o Flamengo, afirmou que matérias publicadas por setoristas acabam ajudando a inflamar o ódio dos torcedores. O exemplo era sobre um texto publicado por um jornalista do UOL que falava que os jogadores do Fla teriam pedido a troca do ônibus porque ele quicava muito. Juninho negou e afirmou que era porque ninguém queria sair com a bandeira do clube por medo de violência.

“Os setoristas são muito piores hoje. Sei que eles ganham mal, mas cada um tem o caráter que tem. Se eu sou o setorista, o que eu iria fazer é tentar fazer um ótimo trabalho para tentar ir para outra etapa, subir”, disse o ex-jogador. “Hoje, para quem cobre futebol, a prostituição está muito grande. Parte da imprensa também tem culpa na violência, porque há um excesso de pilha”.

Juninho ainda falou sobre uma reportagem equivocada publicada sobre ele em 2012, quando estava no Vasco, e disse que vários jornalistas sentem inveja de jogadores porque estudam muito para conseguir ganhar pouco e acabam tendo que entrevistar atletas que muitas vezes não tem formação e recebem bem mais.

“Já vi isso, também. Olhar para você, um jogador, um cara que não tem nenhuma formação, mas que é um jogador profissional e ganha 100 mil reais, e tem um cara que tá ali, que estudou quatro anos, sofreu, fez de tudo para se formar um jornalista, e ele é um setorista e ganha mal. Então, talvez isso incomode e ele leva isso em consideração. É aquela coisa, você tem que ser capaz. É muito duro isso, conviver, você ganha 3 mil, 4 mil reais, que é o normal da sociedade, e se você não for um cara fera, entrevistar o cara que ganha bem mais do que você e que você considera ele um ninguém, porque a sociedade é assim, é elitizada, e a gente não vê,, a gente sabe disso. O jogador sempre foi aquele cara de sorte, mas ninguém teve sorte, mas ninguém teve sorte. Será que as pessoas nascem e de uma hora para outra elas se tornam profissionais, e o cara fala: ‘Isso aí é ruim pra caramba, não joga nada’. Mas não é assim”, disse Juninho.

Ainda durante o programa, o apresentador André Rizek leu uma carta encaminhada pela direção de jornalismo do Sportv. “O Sportv não concorda com a opinião e nem com a generalização. Há bons e maus profissionais em todas as categorias. Temos mais de 30 setoristas trabalhando no Grupo Globo e eles recebem nossa confiança e solidariedade. Muitas vezes são eles que mais sofrem com o desequilíbrio e a eventual violência dos torcedores. Isso não quer dizer que Juninho não tenha direito à sua opinião, que é e continua livre, mas é importante fazer esse registro”, leu Rizek. 

Postado originalmente por: Minas AM/FM

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