Feminicídio: a cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil

Oito de março não é apenas uma data de comemoração. Também é dia de lembrar a luta enfrentada pelas mulheres diariamente pelo direito à vida. 

4.273 mulheres foram assassinadas no Brasil em 2017.

Quando tinha 17 anos, a jornalista Yeda Rocha se casou e manteve o relacionamento por cinco anos. Ela conta que no início tudo eram flores, mas com o passar do tempo, ela foi percebendo aos poucos sua existência sendo inviabilizada e a autoestima indo para o ralo. “Era imposto para mim por exemplo que outra pessoa não iria me querer. Só ele iria me querer, porque eu não tinha nenhum tipo de atrativo. Com o tempo ele começou a dizer pra mim que meu atrativo era sexual, que eu era uma pessoa que não tinha nada mais a oferecer além do meu corpo”. E o pesadelo não cessou após o término do casamento: “Ele invadiu a minha casa e […] chegou a me agredir fisicamente, mas nessa época eu já fazia aula de defesa pessoal […]”, conta a jornalista.

Infelizmente a história da Yeda não é um caso isolado. Provavelmente você deve conhecer alguma mulher que já sofreu algum tipo de abuso por parte do companheiro. O dia oito de março não é apenas para celebrar o direitos conquistados, mas principalmente é uma data para reforçar a luta diária das mulheres contra todos os tipo de violência e claro, sobre a desigualdade de gênero ainda gritante no Brasil.

Para especialistas no assunto, a agressão física dentro de um relacionamento pode vir a resultar em feminicídio. De acordo com dados de morte por agressão no Sistema de Saúde, 50% das vítimas de homicídio do sexo feminino no país são mortas por parentes, sendo que 33% são os maridos ou companheiros. 

Segundo a psicóloga Thaís Alves, apesar de haver um fenômeno mundial aonde as mulheres passaram a denunciar seus agressores, muitas ainda resistem por terem suas queixas descreditadas.

No ano passado, 4.273 mulheres foram assassinadas no Brasil, ou seja, uma vítima a cada duas horas. Seis virgula sete por cento a mais do que em 2016.

Para que essas números caiam é preciso entender que em briga entre marido e mulher, se mete a colher, sim. É possível denunciar anonimamente ligando no 180, para quem sabe um dia, o dia oito de março seja uma data somente festiva. Porque por enquanto ela simboliza resistência e muita luta. 

Em caso de violência doméstica, não se cale. Denuncie 180.

Postado originalmente por: Minas AM/FM

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