Titane canta Elomar hoje no Teatro Usina Gravatá

Nesta sexta-feira, Titane apresenta em Divinópolis show de lançamento de seu novo trabalho dedicado à obra do compositor baiano Elomar. A apresentação começa às 20h, no Teatro Municipal Usina Gravatá. A cantora será acompanhada dos músicos Hudson Lacerda, André Siqueira e Aloísio Horta. Os ingressos custam R$10 e R$5 e estão disponíveis para compra antecipada via site https://www.ingresso94.com.br/produto/titane-canta-elomar-em-divinopolis/.

Confira a entrevista da cantora, com detalhes do espetáculo.

Segundo Titane, “tudo começou há sete anos por uma armação do destino”. Foi quando a artista se juntou ao violonista Hudson Lacerda para uma gravação encomendada de ‘Segundo Pidido’, de Elomar. “Gostei da parceria. A genialidade de Hudson e seu domínio da obra do artista de Vitória da Conquista me encantaram. Paralelamente, em conversas ao pé do ouvido, o músico Kristoff Silva [diretor musical do CD] também passou a soprar que eu deveria dedicar o CD à obra do Elomar”, lembra.

Em mais de 30 anos de trajetória, Titane pautou seu percurso por escolhas rigorosas. Do repertório aos arranjos, tudo sempre foi feito para desafiar os limites de sua interpretação, sustentada por uma voz afiada como lâmina. Agora ela se embrenha nas estradas das areias de ouro, no sertão profundo, onde inova mais uma vez se dedicando de forma inédita a gravar repertório de um único compositor. Em se tratando de Elomar essa escolha se torna ainda mais desafiadora.

“O universo elomariano é muito particular e encantado. Denso ou leve, é quase sempre dolorido como a vida. E por isso desafiador”, ressalta Titane, declaradamente apaixonada pelo artista a quem ouvia, desde os festivais de cultura do Jequitinhonha, nas vozes masculinas de Dércio, Saulo Laranjeira, Rubinho do Vale, Paulinho Pedra Azul, entre outros, e de algumas poucas mulheres, como Doroty Marques (a quem dedica o disco), Luciana Monteiro e Letícia Bertelli.

Até então não se conhece outra cantora que tenha realizado um trabalho a partir de um conjunto de canções selecionadas da obra de Elomar. No disco, Titane traz novo colorido às harmonias e empresta sua voz a personagens elomarianas dos grotões da bahia, “homens inquietos, que saem pelo mundo, e mulheres nordestinas fortes, tão inquietas quanto eles, mas que sofrem e seguem em permanente busca com uma dor no peito”. O resultado dessa amálgama entre o sertão de Elomar e o cerrado de Titane é um encontro de Titãs que celebra outros encontros.

Neste disco, Titane conta com a co-produção musical de Kristoff Silva, que divide a direção musical com colaboração de Hudson Lacerda. Kristoff e Hudson integraram a equipe de músicos que transcreveu para a partitura o cancioneiro elomariano. Partindo do violão original do autor, executado com excelência por Hudson Lacerda (violões e charango), os arranjos coletivos contaram também com a colaboração de Toninho Ferragutti (acordeon), André Siqueira (bouzouki) e Aloízio Horta (contrabaixo). Como convidado em uma das canções, está o violeiro Pereira da Viola.

Segundo Kristoff Silva, para adentrar o universo elomariano, o violão do compositor e a paisagem árida foram pontos de partida: “Eu pensei num metaviolão. Os graves da escala seriam feitos pelo contrabaixo e os agudos, pelo charango. Para traduzir a peculiaridade dos ataques e rajadas presentes no violão elomariano era preciso pensar uma outra forma de explorar os instrumentos disponíveis. O contrabaixo tocado em pisicato e não com o arco, o charango inconfundível de Hudson e a sonoridade do aço trazida pelos instrumentos do André. Todo esse martelar de cordas de aço com notas que atacam, mas não se sustentam, em algum momento, provoca o jorrar de algo contínuo. Aí aparece o acordeon do Toninho ”.

O show apresenta a íntegra do repertório gravado e também aposta no formato acústico, que remete tanto à sofisticação das formações camerísticas quanto à simplicidade de um recital de música popular. A arquitetura dos arranjos valoriza a imponência da voz em estado bruto.

“Titane canta Elomar – Na Estrada Das Areias de Ouro” nasce do cruzamento de referências dos negros trazidos para trabalhar no garimpo do ouro e do diamante, no sudeste, com a herança ibérica disseminada pelos europeus no Nordeste brasileiro. O encontro da cantora mineira da cidade de Oliveira e do compositor baiano de Vitória da Conquista promove uma aproximação de universos diferentes, mas complementares, do ancestral com o contemporâneo, do sertão com o cerrado.

Postado originalmente por: Minas AM/FM

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