Maturação irregular do café compromete a colheita da safra 2019/2020

Conforme já noticiado no início do ano pela Emater/MG que as floradas desuniformes poderiam interferir na colheita e na qualidade do café da safra seguinte. Com o início da colheita em toda área região podemos confirmar a interferência das floradas e das condições climáticas na qualidade do café assim como constatar uma colheita mais adiantada em relação ao mesmo período do ano anterior.

O grande número de floradas que ocorreu entre meados de agosto e o final de outubro aliadas a altas temperaturas em janeiro e fevereiro resultaram na granação irregular do cafeeiro com a presença de frutos de diferentes tamanhos além de grande desuniformidade de maturação, sendo constatada a presença de cafés verdes e secos em um mesmo ramo. Esse fato tem interferência direta na qualidade do café colhido. Outra dificuldade verificada na região é a colheita de cafés cerejas, a qual tem inviabilizado muitas propriedades a produzirem café cereja descascado.

Para concluir, uma chuva atípica para o período, no final de maio e início de junho, com ventos fortes, resultou em uma grande quantidade de cafés no chão, os chamados ‘cafés de varrição’. Desse total dos grãos, acreditamos que uma parte não será recolhida, resultando em perdas quantitativas aliadas a perdas qualitativas relacionadas ao contato direto dos grãos com o solo, o qual pode resultar em cafés de qualidade inferior. Outro fato preocupante é a presença da broca que poderá permanecer nos talhões de um ano para o outro, muitas vezes necessitando de controle, o que onera o custo de produção e pode comprometer a próxima safra em termos de qualidade e rendimento.

De acordo com alguns produtores da região de Caputira, onde a colheita do café, está quase finalizando, a queda da produção por causa da broca está sendo uma das maiores já registradas na região.

Qualidade
Todos esses fatores aliados resultam numa perda de qualidade do café. De acordo com o Produtor Rural e Diretor de uma cooperativa, Francisco de Paula Miranda, em algumas propriedades o produtor rural optou e deixar o café descansando no terreira para ver a possibilidade dos frutos se igualarem, mas mesmo assim, a perda na qualidade será muito grande. “Sabemos que igualar esse café é impossível, o jeito é tentar amenizar as perdas buscando qualidade no café, mas este ano isso será muito difícil”, finaliza.
Jailton Pereira

Postado originalmente por: Tribuna do Leste – Manhuaçu

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