Alunos da UFJF desenvolvem equipamento para analisar qualidade do leite


Medir a quantidade de água e o nível de cloreto de sódio, além de identificar a presença de bactérias no leite sem a necessidade de envio de amostra para laboratório, com resultado apresentado diretamente em aplicativo de celular. Essas são algumas funções do “Analisador prático de qualidade do leite”, projeto desenvolvido por alunos da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O equipamento ficou entre os finalistas do Campus Mobile, concurso de ideias e soluções para mobile realizado pelo Instituto NET Claro Embratel e, agora, a equipe está finalizando o protótipo para concorrer a uma viagem para o Vale do Silício, nos Estados Unidos, principal polo de inovação em tecnologia do mundo.

O projeto foi elaborado pelos estudantes Ítalo Alvarenga e Gabriel Corrêa, de engenharia elétrica, e Deivid Campos, de engenharia mecânica, orientados pelo professor Alexandre Bessa. No Laboratório de Instrumentação e Telemetria (LiTel) do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade, a equipe desenvolveu um sensor a fibra óptica, ligado a uma sonda para detectar informações sobre a qualidade do leite. O resultado é enviado a um aplicativo de celular. “Esse aplicativo se comunica com o protótipo, que é colocado junto ao tanque ou a algum compartimento onde esteja o leite. Assim, ele realiza a medição com a periodicidade que você queira”, explica Bessa.

De acordo com Deivid Campos, entre os parâmetros que a sonda consegue medir estão a quantidade de água, nível de cloreto de sódio e peróxido de sódio, bem como a contagem de bactérias. O intuito é alcançar pequenos produtores de leite e simplificar a análise da qualidade. “Atestar a qualidade do leite em laboratório tem o custo um pouco elevado, e algumas cooperativas exigem que o produtor ateste essa qualidade para que possam comprar o leite. Tendo esse dispositivo, o produtor consegue ter as características positivas e negativas do leite dele em mãos.”

Projeto já foi premiado

O “Analisador prático de qualidade do leite” se destacou, no ano passado, na quarta edição do InovaLácteos, realizada na Feira para a Indústria de Lácteos (Forlac), entre os dias 7 e 9 de agosto, em Lambari (MG). De dez tecnologias selecionadas para apresentação na Vitrine de Inovação do evento, a iniciativa da UFJF foi classificada em primeiro lugar.

Neste ano, a equipe está concorrendo a uma viagem para o Vale do Silício, nos Estados Unidos, pelo Campus Mobile. O concurso é realizado pelo Instituto NET Claro Embratel, em parceria com a Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC/USP) com o apoio da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O projeto da UFJF passou por uma seleção entre centenas de todo o Brasil. Os alunos, que concorrem na categoria Smart Farms, participaram de uma semana presencial em São Paulo, com palestras e visitas a empresas parceiras.

Agora, os estudantes estão entre os três finalistas em sua categoria. Nessa fase, devem enviar, semanalmente, relatórios de atividades informando sobre as metas estipuladas pelos avaliadores do concurso para aperfeiçoamento do equipamento, que devem ser concluídas até julho deste ano.

Segundo o professor e orientador dos estudantes, Alexandre Bessa, o destaque da equipe nos concursos é uma forma de mostrar o desenvolvimento tecnológico e de inovação que vem sendo implantado dentro da universidade. “A participação é muito importante para transferência dessa tecnologia para o mercado, que é uma das principais finalidades da universidade: você levar uma pesquisa que está no meio acadêmico para o usuário convencional.”

Melhorias

As melhorias desenvolvidas pelos alunos para aperfeiçoamento do equipamento incluem, por exemplo, a instalação de mais sensores. “Até então, estamos realizando a medição com apenas dois sensores. Ao colocar mais, aumentamos o parâmetro de medida. O interessante é que um único sensor consegue fazer a medição de todas as características. Os outros são para aumentar a precisão do aparelho”, explica Deivid. Segundo o estudante, a margem de erro, atualmente, está em 3%, mas com as mudanças irá chegar a 1%.

As alterações também tornarão possível descobrir doenças no animal. “Dependendo do que vem no leite da vaca, você consegue detectar se ela está com alguma infecção, para já tratar isso antes mesmo que se torne visível de outra forma no animal. Há esse benefício também para o produtor.” Além disso, a equipe está realizando um estudo para medir a temperatura do leite, que deve ser adequada ao ser encaminhado para uma cooperativa. Desta forma, o sensor poderá ser usado desde a coleta do alimento ao momento de distribuição para venda.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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