Jovem inabilitada responsável por acidente que matou família de SP na BR-050 deve responder por 3 homicídios

O delegado de Polícia Civil de Araguari, Rodrigo Luis Fiorine, concluiu o inquérito sobre morte da família Monare, em um acidente na BR-050. A motorista que causou o acidente vai ser indiciada por três homicídios qualificados, de Alessandro Monare, de 38 anos, Belkis da Silva Miguel Monare, de 35 anos, e Samuel da Silva Miguel Monare, de 8 anos.

O caso registrado no Triângulo Mineiro ganhou repercussão nacional, pois uma criança de 6 anos foi a única sobrevivente da tragédia e passou dois dias ao lado dos corpos dos pais e irmão mais velho. Debaixo de chuva, Benjamin da Silva Miguel Monare conseguiu sair do veículo, escalar a ribanceira em que o mesmo caiu e pedir ajuda.

Menino de 6 anos é único sobrevivente de acidente com pais e irmão e é achado dois dias depois na BR-050

O acidente aconteceu no dia 7 de outubro deste ano. A família saiu de Campinas-SP para comemorar o aniversário de Belkis Monare em Caldas Novas-GO, e desapareceu durante o trajeto de retorno para casa.

O laudo da Polícia Civil aponta que houve uma colisão com um veículo Gol, em que estavam três jovens. Elas contaram à PC que haviam acabado de sair de uma festa em Uberlândia, onde passaram a noite consumindo bebidas alcoólicas. Investigações apontam que havia drogas no evento. A motorista inabilitada foi socorrida até a UPA de Araguari, onde a equipe encontrou com ela uma porção de substância semelhante a cocaína e jogou fora, sem informar à Polícia Militar. A pena prevista para este crime é de 3 meses a 1 ano de prisão.

Conforme o inquérito, momentos antes do acidente há uma imagem da MGO Rodovias em que, apesar de ser distante, é possível ver que os dois veículos transitavam à direita na pista. De acordo com o delegado, “num determinado momento, o veículo onde estavam as meninas começou a invadir a pista da esquerda e, por alguns instantes, por alguns segundos, ele transitou entre as duas faixas. Nesse momento o veículo Gol voltou pra sua pista da direita, onde iniciou a ultrapassagem pelo veículo da família, porém num ponto mais à frente, o veículo das meninas começou novamente a invadir, e houve a colisão”, disse Fiorine.

A Polícia só divulgou o primeiro nome da condutora, Stefania, de 21 anos. Por enquanto o delegado entendeu não ser necessária a prisão da jovem.

“Eu não vou representar pela prisão neste momento por que? Porque em todas as circunstâncias que nós necessitamos que ela viesse a Araguari, que ajudasse na investigação aonde está o veículo, em ser ouvida…. em toda a investigação ela colaborou, além de ter residência fixa, emprego fixo.”

No entanto ela vai ser indiciada por três homicídios qualificados e uma tentativa de homicídio qualificado. “Como ela não tem habilitação e na noite anterior ela participou de uma festa, usou bebida alcoólica e não descansou, esses aspectos denotam a caracterização da culpa, passando o crime do código de trânsito para o código penal. Ela não se preocupou com a segurança das pessoas das vias por onde passou”, disse Fiorine.

Condutora envolvida no acidente que matou 3 da família Monare na BR-050 presta depoimento

As mortes

A médica legista que fez a análise e procedeu com o laudo de necrópsia indica que o pai e o menino morreram no dia do acidente. A mãe sobreviveu por 24 horas após o acidente. Pelas características das lesões encontradas no filho de 8 anos, a morte do menino foi instantânea.

O único sobrevivente foi Benjamin Monare, de 6. Ele foi encontrado por um motorista na terça-feira dia 9 de outubro no acostamento da rodovia.  O menino teria ficado dois dias ao lado dos corpos antes de sair do veículo acidentado em uma vala. A polícia optou por não ouvir a criança.

“Quando fui ao hospital, ela estava totalmente sendo amparada pela equipe médica e eu não achei viável além do trauma emocional que essa criança já havia passado. E eu conversei com um tio (corte), que me relatou que ela não lembrava de nada”, informou o delegado.

O socorro

A MGO Rodovias foi acionada no local do acidente e prestou socorro aos ocupantes do Gol. Informações são de que houve o comunicado de outro veículo envolvido, mas ele não estava na pista. Vários funcionários da MGO Rodovias foram ouvidos e, segundo a PC, não ficou caracterizado dolo na omissão de socorro à família Monare. Uma cópia integral do inquérito será encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), para medidas cabíveis. Como medida administrativa foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra dois profissionais que socorreram uma das vítimas do carro que causou o acidente.

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Postado originalmente por: Portal V9 – Vitoriosa

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