Denúncia de estudante de Divinópolis é destaque na revista Veja

Denúncia de estudante de Divinópolis é destaque na revista Veja

(Foto: Alexandre Mota/NITRO/.)

Foi publicado na edição da revista VEJA de número 2605, com data da próxima quarta-feira (24), o depoimento da estudante Maria Juliana Passos, de 29 anos, estudante do doutorado em bioquímica e biologia molecular no campus da UFSJ em Divinópolis.

No relato a jornalista Roberta Bordoni, a doutoranda natural de Aguanil, no Sul de Minas, contou um pouco da sua história e das dificuldades enfrentadas. A mais recente é o atraso no recebimento da bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). 

Juliana contou que sempre estudou em escola pública em Aguanil. Após o ensino médio, com esforço da família, foram pagos seis meses de cursinho. Os outros seis ela estudou por conta própria. Filha de funcionários públicos, aos 18 anos, a estudante foi aprovada em Bioquímica, na UFSJ e veio para Divinópolis. No último período de faculdade, decidiu tentar o mestrado e passou. Com bolsa do Capes, Juliana fez mestrado em Ciências Farmacêuticas.

Pelo fato da bolsa do mestrado nunca ter atrasado, ela decidiu então tentar o doutorado. Em 2016, ela iniciou os estudos de mestrado em bioquímica e biologia molecular, também na UFSJ. Desta vez, a bolsa veio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). A linha de pesquisa está no tratamento do câncer e procura por características de células que levam ao surgimento da doença, em especial, de tumores no sistema nervoso central. 

No entanto, com os atrasos no recebimento da bolsa,no valor de R$2,2 mil, a estudante começou a enfrentar dificuldades. Segundo o depoimento, ela recebeu em julho a bolsa de maio e em agosto, a de junho e julho. O último pagamento ocorreu em setembro. Sem previsão de pagamento, as contas começaram atrasar. “O que faço para sobreviver é pagar as contas mais importantes de casa e rolar o resto no cartão de crédito. Só que isso vira uma bola de neve, porque o pagamento atrasa, mas a gente não recebe com correção. E, quando atraso o pagamento das contas, arco com juros”, relatou.

Indignada com os atrasos, a estudante fez uma crítica sobre o uso do dinheiro público e ao tratamento recebido pelos estudantes que dependem da bolsa. “Duvido que os salários dos deputados atrasem. Fico indignada, principalmente com as justificativas que recebemos dos órgãos governamentais. Os responsáveis não são honestos conosco, fazem com que a gente fique criando expectativas e, no fim, nada do dinheiro”, afirmou.

Por um lado, Juliana ainda continua na expectativa da regularização do pagamento das bolsas. No entanto, caso não se confirme, a estudante começa a cogitar a possibilidade de deixar o curso, por não ter como honrar os compromissos financeiros. “Realmente espero que eles voltem a pagar as bolsas de modo regular, porque queria muito terminar o doutorado. Mas, se a situação continuar do jeito que está, principalmente por causa de compromissos que tenho e com os quais não posso deixar de arcar, minha opção vai ser trancar o curso e começar a trabalhar em outro lugar, onde surgir oportunidade. Dar aulas, quem sabe. Ou mesmo trabalhar em uma loja – onde surgir algo de imediato”, justificou.

Não é a primeira vez que o atraso foi denunciado por estudantes. Em uma reportagem do Jornal Estado de Minas, em maio deste ano, bolsistas relataram dificuldades sem os repasses.  

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