Sind-UTE/MG cobra explicações do Estado por atrasos em provas do concurso da Educação

No último domingo (8), foram aplicadas as provas do Concurso de edital SEE Nº 07/2017 da Secretaria de Estado de Educação. Foram ofertadas 16.700 vagas, sendo 16 mil para os cargos de Professor de Educação Básica de diversas disciplinas e 700 para Especialistas.

Segundo o governo, foram 294 locais de provas em 45 cidades, nas cidades-sede da Superintendência Regional de Ensino (como em Divinópolis). As provas do turno da manhã começariam às 8h e da tarde, às 14h. No entanto, segundo a representante do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE/MG) em Divinópolis, Maria Catarina do Vale, as provas atrasaram em uma hora em todo o Estado. “A gente está pedindo tranquilidade, o sindicato já notificou o governo para que ele faça as devidas explicações. Sabemos que as provas atrasaram em uma hora. Muita coisa que aconteceu foi de irresponsabilidade e quem estava aplicando a prova. Não foi uma conquista fácil. São mais de 17 mil vagas, mais de 178 mil inscritos, o sindicato já soltou uma nota sobre isso e vamos aguardar para que o governo apure”, disse.

As provas tiveram 60 questões de Língua Portuguesa, Matemática, Conhecimentos Didático-Pedagógicos e Conhecimentos Específicos, com tempo mínimo de duas horas e máximo de quatro horas, incluindo o tempo para preenchimento e assinatura da Folha de Respostas. Segundo Maria Catarina, o problema não envolveu a empresa organizadora do concurso, a Fundação Mariana Resende Costa. “O certo é que em relação a prova, a organização, o instituto Fumarc é de grande respeito, não houve nada. Houve esse tumulto no início das provas, a turma da tarde sabia que ia atrasar. Mas a gente pede calma porque não foi fácil chegar a essas conquistas desses concursos. Já é o quinto concurso e estamos cobrando explicações do governo”, completou.

 

Leia a nota do Sind-UTE/MG sobre os atrasos nas provas do Concurso

Nota sobre o concurso da educação

A realização do concurso público para cargos da educação foi uma importante conquista da categoria que realizou, em 2017, uma greve nacional. Ao final do movimento, um dos compromissos do governo foi a realização deste concurso.

Embora o edital não tenha contemplado todos os cargos e carreiras, quase 17 mil vagas foram disponibilizadas para o concurso, constituindo uma importante conquista para os cargos de Professor e Especialista da Educação Básica. O cronograma do concurso foi feito dentro do limite do calendário eleitoral para sua homologação ainda no primeiro semestre de 2018.

Ao acompanharmos as notícias sobre aplicação de provas, neste domingo, além dos atrasos nos deparamos, em algumas regiões do estado, com práticas que sugerem um movimento organizado para desmoralizar o concurso. Pessoas fizeram filmagens dentro das salas de prova, fotografias de gabaritos, pacotes de provas, listas de presença e questões de provas, utilização de celulares dentro das salas para posterior divulgação. Na sequência, começou a circular uma orientação de um grupo que assina “SISDEMG” pedindo que as pessoas enviassem os relatos. Este grupo é contra concurso público e há muito tempo defende efetivação sem concurso e contrato de 5 (cinco) anos também sem concurso público.

Identificamos que, em outros locais, a realização das provas transcorreu sem nenhum problema.

A empresa contratada para a realização de concursos tem vasta experiência nesta área. Não é o primeiro concurso que realiza. O que nos causou ainda mais espanto diante dos relatos que recebemos ao longo do dia. Várias imagens divulgadas sugerem que foram feitas e divulgadas por pessoas que trabalharam na aplicação das provas, a serviço da empresa responsável pelo concurso. A permissão de utilização de telefones celulares e outras práticas dentro das salas e nas dependências dos locais sugerem que não houve a correta fiscalização por quem tinha o dever de fiscalizar.

O atraso do início da prova em uma cidade força o atraso de todas, o que sugere que pode ter sido provocado. As fotos tiradas em algumas cidades (ou uma) se espalharam como se fossem em toda Minas Gerais, criando a ideia de que isso aconteceu em todo o Estado. O padrão das fotos que estão se espalhando deixa o registro de que são todas iguais.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) solicitará que o Governo do Estado preste explicações e investigue as práticas relatadas acima e que os responsáveis sejam responsabilizados pelos atos criminosos e que as pessoas que fizeram inscrição para o concurso não fiquem prejudicadas. O Sindicato reitera que as práticas identificadas sugerem a existência um movimento organizado contra o concurso.

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