O prefeito Nardyello Rocha (MDB), o presidente Jadson Heleno (SDD) e demais vereadores estiveram reunidos na Câmara Municipal de Ipatinga, na sexta-feira (3) para ajustar os posicionamentos visando à audiência com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), confirmada para a segunda-feira (6), em Belo Horizonte. O encontro com Pimentel será para tratar dos débitos milionários do Estado, que comprometem especialmente os serviços de saúde e educação em inúmeros municípios.
Na sexta-feira, assim como ocorreu em outras cidades prejudicadas, a Administração de Ipatinga suspendeu, com um ponto facultativo, o expediente no prédio principal e ainda o funcionamento das escolas, como forma de protestar contra a retenção de recursos que ultrapassam a casa dos R$ 70 milhões no município. Apenas os serviços essenciais à população foram mantidos.
Além do prefeito, vereadores e o presidente da Câmara, também estiveram presentes na reunião os representantes da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Aço (AMVA) e das prefeituras e Câmaras Municipais de Coronel Fabriciano, Timóteo, Governador Valadares, Ipaba e Santana do Paraíso.
Na oportunidade, o gestor municipal falou da necessidade de estabelecer bases para uma negociação imediata com o Governo do Estado. Nós estamos fazendo essa intermediação porque a dívida é do Governo do Estado, mas o problema traz sérios impactos especialmente para o município de Ipatinga. Neste momento não existe lado, adversários, paixões partidárias. Existe é a população que pode pagar um preço muito alto caso não consigamos chegar a um denominador comum. Os prejuízos são principalmente para quem é pobre e não tem plano de saúde, 100% dependente do SUS. Precisamos nos empenhar ao máximo, ponderou.
Para o presidente da Câmara Municipal de Ipatinga, Jadson Heleno, a reunião fortalece o movimento de protesto. O ato tem meu total apoio, a Câmara não irá se omitir diante desse caos instalado na saúde pública. O que não pode é a comunidade pagar o preço, reforçou.
Negociação
A dívida do governo estadual com o município de Ipatinga, apenas na área da saúde, ultrapassa os R$ 70,5 milhões. Deste total, acumulado desde 2013, 45% são devidos ao HMC para atendimento a pacientes do SUS.
Na verdade, o Hospital Márcio Cunha procura uma negociação da dívida. Eles me informaram que sabem das dificuldades que o Governo do Estado enfrenta, e que não pretendem receber os R$ 32 milhões de uma só vez. Mas querem pelo menos um cronograma de quando os valores serão pagos. A Fundação está aberta para negociar. Nós também estamos. E se o Governo também estiver, acredito que teremos um resultado positivo, avalia o prefeito.