Ao analisar convite do NOVO, Zema diz ter ido à psicanalista checar sua “sanidade mental”

Em sabatina, o candidato destacou algumas de suas propostas, disse que espera reduzir em mais de 50% o número de secretarias, criticou a burocracia do Estado e falou sobre a privatização de empresas estatais


sem-titulo
(Foto: Reprodução/ YouTube)

Romeu Zema, candidato ao governo de Minas pelo NOVO, tem cada vez mais se firmado com o discurso de político diferente dos demais. O empresário participou, nessa segunda-feira (17), da sabatina realizada pela Tv Federaminas, da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais, relembrou sua trajetória recente na política e teceu críticas ao atual momento da economia mineira.

O candidato relembrou o início da sua trajetória política, quando foi convidado pelo partido NOVO para disputar o pleito neste ano. Zema disse ter rejeitado “prontamente”a proposta por não ter qualquer experiência na política. No entanto, ele relata que após sua negativa, voltou atrás, depois de avaliar que a resposta não havia sido adequada e se sentir angustiado. Ele ressaltou ainda que chegou a procurar um psicanalista para checar sua “saúde mental”.

Como motivo para aceitar a proposta, Zema relembra a crise vivida pelo Brasil nos últimos anos, que inclusive o prejudicou, enquanto empresário.

“Aquela crise de 2015 e 2016, que custou tão caro para todos nós, muito desemprego, muita empresa fechada. Eu percebi que aquela crise onde eu, sozinho, tive que reduzir o quadro da empresa em 2 mil empregados, não tinha sido culpa minha. Que aquela crise tinha sido culpa de governantes incompetentes e corruptos”, disse.

Zema classificou o problema do desemprego como uma “catástrofe econômica” e disse que até hoje, o país vive consequências da crise, que, para o candidato, agradou sobretudo a economia mineira. Ele alerta ainda que “a economia depende da política e que não da para separar uma coisa da outra”.

Sem Palácio e só recebe com vencimentos dos servidores em dia 

Romeu Zema destacou que espera, caso eleito, governar com uma nova forma de fazer política. Para isso, ele baseia suas propostas em “uma tolerância zero com a corrupção, com o desperdício, com as mordomias e com os privilégios”, já que para o candidato o estado não comporta mais essas ações.

Recentemente, ele registrou uma de suas promessas em cartório. O empresário argumenta que apenas irá receber o salário do Executivo quando os vencimentos do funcionalismo estadual estiver em dia. A medida também valerá para o seu vice, Paulo Brant, e o secretariado do seu eventual governo.

“O capitão tem que ser o último a deixar o navio. Se o funcionalismo público está sofrendo, o governador tem que sofrer mais do que eles, porque cabe ao governador estar conduzindo todo o estado e ele acaba sendo, aí, a figura do capitão”.

Ele lembra ainda afirma que “espera ser o primeiro governador a dormir em sua residência e não no palácio”, comparando os atuais procedimentos da política com o período de monarquia. “O exemplo tem que vir de cima”, completou.

Zema também criticou o número de secretárias no estado e que espera reduzir o número de 21 para nove.

“21 secretárias é um número absurdo que faz com que o governo já não funcione a partir do próprio governador. Você ter 21 pessoas, cada uma com funções distintas, é quase impossível de estar conduzindo”, comentou dizendo ainda que todos os seus nove secretários terão especialização na área de atuação e que não vai nomear deputados para o cargo.

Privatização das estatais 

O candidato, sempre que perguntado sobre o assunto, deixou claro sua vontade de privatizar importantes estatais. Como argumento, Zema alega que uma gestão privatizada é mais eficiente.

Em um primeiro momento, ele ressaltou que vai priorizar a profissionalizações das presidências das estatais de acordo com a capacidade técnica e não favores políticos. E, depois, privatizar algumas das principais empresas, mas sem fazer disso um monopólio da iniciativa privada.

“Privatizar por privatizar, de forma alguma. Quero uma privatização de forma totalmente transparente e que traga benefícios para a população. Nós nunca vamos trocar o monopólio estatal, pelo monopólio privado”.

Ele explicou como espera realizar a privatização das estatais, utilizando o exemplo da Cemig. “Dividir a Cemig, que é uma empresa muito grande, em três, quatro ou cinco fatias. Cada fatia dessa vai ser vendida para um grupo ou para uma empresa diferente, e elas vão passar a competir entre em si”.

Quanto ao assunto em específico da energia, Zema disse que quer que os mineiros tenham opção de escolha no fornecimento de energia elétrica. “Se alguém quiser optar por uma companhia mais barata, ele vai ter opção. Se quiser optar por uma empresa que tenha melhores serviços, a mesma coisa. Tal como funciona hoje as empresas de telefonia celular”.

Minas deixou de ser orgulho 

O candidato destacou que Minas Gerais deixou de ser “orgulho do povo” e que hoje deixou de ser referência. Como argumento, Zema relembrou os últimos representantes do Executivo que são acusados, como Eduardo Azeredo.

“Minas é um estado que tem crescido menos que o Brasil nos últimos 20 anos. É um estado que está ficando para trás economicamente, e eu diria que politicamente. Temos hoje um ex-governador preso, um outro ex-governador respondendo processo e um atual governador, também, com vários processos que, no futuro, provalvlemnte, vai se tornar réu”.

O candidato relembrou a previsão de déficit em Minas, neste ano, de quase 10 bilhões e destacou que, no estado, está sendo criado um “círculo vicioso”.

“A professora recebe atrasada, não paga a manicure. A manicure não recebe, não paga a mercearia. A mercearia não recebe, não paga o prestador de serviço. Isso vai criando um ciclo vicioso, que vai contaminando todo estado”, comentou.

Os “mesmos de sempre não vão resolver o problema”

Para firmar ainda mais o discurso de político diferente dos demais, Zema criticou os recentes governos do PSDB e PT à frente do governo de Minas. “Nenhum dos dois conseguiu fazer nada muito eficiente, a não ser jogar a culpa um no outro. Porque isso eles fazem muito bem”.

“Nós estamos vendo que aqueles mesmos políticos de sempre não vão conseguir resolver o problema. Já estiveram, aí, há mais de 20 anos, já tiveram todas as oportunidades, e o que que fizeram? Levaram o estado para essa situação, vamos dizer, de falência”, ressaltou Zema.

Dor de cabeça 

Como empresário, Zema destacou que a legislação do estado mineiro é a mais complexa de todos os estados. O candidato alegou ter condição de fazer essa afirmação, já que ele também tem empresas em outros estado, mas em Minas é o que ele mais sofre com procedimentos burocráticos.

O candidato alegou ter ouvido de amigos empresários de outros estados que eles não abrem filiais em Minas Gerais porque, nas vezes que fizeram isso no estado, “foi a maior dor de cabeça da minha vida”.

Os impostos que são cobrados sobre a gasolina também foram lembrados pelo candidato.  “Minas Gerais hoje tem a maior carga tributária numa série de produtos. O mais visível deles é o combustível. Qualquer mineiro que atravessa a divisa com São Paulo, vai encontrar, do lado de lá fronteira, a gasolina pelo menos R$ 1 mais barata”. 

Ele completa ainda dizendo que a tributação do estado, muito acima da média nacional,  é um “tiro no pé”, porque reduz a arrecadação.

Confira a entrevista na íntegra:

*G.R

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar