Fernando Lopes
Não foi desta vez que o torcedor brasileiro comemorou a classificação para mais uma semifinal em Copa do Mundo. Com a derrota de 2 x 0 para a Bélgica, a Seleção Brasileira se despediu da Copa da Rússia e o sonho do hexacampeonato foi adiado para 2022, 10 anos após a última conquista do país no torneio mundial.
Em Ipatinga, a movimentação nas ruas e, sobretudo, nos bares foi intensa ao longo do dia. Torcedores acompanharam juntos os momentos tensos da partida que tirou o Brasil da competição. Muitos acreditavam até nos últimos instantes no empate, para uma possível vitória na prorrogação.
O eletricista Rafael Arcanjo, de 22 anos, avalia que a Seleção desperdiçou muitas oportunidades. Estava confiante na vitória contra a Bélgica e até no hexa. Mas, infelizmente, o Brasil perdeu muitas chances de gol. Além disso, teve muita firula de alguns atacantes que não valorizaram os lances, pontua Rafael.
A estudante Maria Eduarda Magalhães, de 16 anos, conta que apostou muito na conquista do hexa. Eu compartilhei muitas correntes do hexa nas redes sociais. Estou muito triste e nervosa. Acho que tinha tudo para o jogo ser nosso, mas foi difícil, lamenta Maria Eduarda.
Trabalho e torcida
A proprietária do bar Mistura Fina do Bom Retiro, Fran Santos, disse que foi um desafio equilibrar o bom atendimento e ainda fazer uma fezinha para o Brasil. O nosso coração ficou na mão. Mas a gente faz o que ama, então deu para torcer um pouquinho, atender o cliente e controlar o caixa, conta Fran.
Segundo a empresária, a preparação para o jogo de ontem foi diferenciada em relação às partidas anteriores. Já esperávamos um movimento maior, como de fato ocorreu. Por isto, contratamos duas equipes, repusemos mais de 50% em relação aos jogos passados, tudo para dar o conforto e preservar a essência do bar, destaca Fran.
Adeus à Copa
Na rua Orinoco, no bairro Jardim Panorama, os moradores se reúnem há quase trinta anos para assistir juntos os jogos da Copa do Mundo. Neste ano não foi diferente. Ao fim do primeiro tempo, os vizinhos já estavam desacreditados da virada do Brasil.
Uma das entusiastas da integração da vizinhança, Igina Vieira de Oliveira, afirmou que achava difícil o Brasil passar de fase com o resultado adverso. Fazer dois gols no segundo tempo sempre é difícil, o coração fica partido. Nós sempre reunimos todos da rua para acompanhar a Seleção. Inclusive, já estava tudo esquematizado para o jogo da semifinal, mas infelizmente não deu, conta Igina.
