Caminhoneiros chegam a seis dias parados à espera redução nos preços dos combustíveis

Cícero Henrique

Caminhoneiros se reúnem para refeições no ponto de apoio do bairro Horto

Sem um acordo que atenda a maioria dos caminhoneiros, o movimento de paralisação foi mantido no fim de semana em todo país, inclusive, no trecho urbano da BR-381, no Vale do Aço. Em uma tentativa de desbloquear as estradas, o Governo Federal autorizou na sexta-feira (25) o uso das Forças Armadas. Os caminhoneiros, entretanto, não sinalizaram uma desmobilização do protesto, que chega ao sétimo dia nesse domingo (27).

A equipe do Diário do Aço esteve em um dos pontos de apoio dos caminhoneiros no bairro Horto, em Ipatinga, na manhã de sábado. O comentário geral era que os acordos assinados entre Governo Federal e alguns dos representantes da categoria não foram aceitos pelos caminhoneiros, sobretudo os autônomos. Segundo os manifestantes, o protesto deve continuar enquanto não houver uma decisão de redução do valor do óleo diesel, pedágios e outras reivindicações.

No trecho da BR-381, na região, não houve bloqueio de carros de passeios. Além disso, os caminhoneiros afirmaram que veículos com cargas vivas, medicamentos, insumos hospitalares e ônibus não são impedidos de circular. O caminhoneiro Emerson Miranda, do município de Campo Belo (MG), destacou que o protesto em Ipatinga segue pacificamente.

“Estamos tranquilos, sem nenhuma violência e não estamos interditando a rodovia. O governo não ouviu realmente o trabalhador e não estamos com pressa de ir embora, enquanto não mudar a situação. Inclusive, os caminhoneiros agradecem o apoio da população de Ipatinga, que tem sido muito hospitaleira com a gente”, destaca Emerson.

Governo fraco

Cícero Henrique

Caminhoneiros utilizam faixas em tendas e nos caminhões com frases de protesto

Para os caminhoneiros, a decisão do uso das Forças Armadas não será executada de um modo ostensivo, exatamente pela falta de combustíveis, como lembra Emerson. “Acho que este decreto não dará em nada. Não tem como mobilizar as Forças Armadas para todos os pontos de paralisação dos caminhoneiros; não estamos com medo”, pontua Emerson.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Coronel Fabriciano (Sinttrocel), Marlúcio Negro, destacou que o uso das Forças Armadas indica falta de articulação do Governo Federal. “Estas negociações não são resolvidas à força. Mais uma vez, o Governo Temer mostra a sua incompetência na capacidade de gerir os momentos de crise. O trabalhador não irá desistir com esta pressão”, avalia Marlúcio.

Questionado sobre os pedidos de intervenção militar feitos por alguns manifestantes, Marlúcio explicou que o desejo surgiu devido o descontentamento com o atual governo. “Esse pedido é pela incompetência do Temer, pois ele não sentou para discutir com os trabalhadores. Talvez com uma intervenção militar possa ter pessoas que irão ouvir a sociedade brasileira, os trabalhadores”, pontua.


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