Carlos Viana, integrante da CPI que apura tragédia em Brumadinho, recebeu doação de empresário que financia mineração

Em nota, Viana disse que o valor foi recebido pelo partido o qual pertenceu e que nunca conversou com o empresário 


Foto: Agência Amirt de Notícias
Foto: Agência Amirt de Notícias

O senador Carlos Viana, do PSD, se envolveu em uma polêmica nesta semana. O motivo é que o parlamentar é um dos responsáveis pela protocolação do pedido de instauração da Comissão Particular de Inquérito (CPI) que apura a tragédia, em Brumadinho, na região Metropolitana de Belo Horizonte. Porém, o senador recebeu doação no valor de R$ 100 mil, durante o período de eleições de 2018, feita por Luís Fernando Franceschini, executivo do Grupo Bigold, empresa que financia projetos de exploração mineral e mineração. A informação é do TSE – Tribunal Superior Eleitoral.

Em nota oficial, o parlamentar esclareceu que a doação foi viabilizada pelo partido que ele fazia parte na época, no caso o PHS, e estava devidamente declarada no TSE.

“A referida doação foi viabilizada pelo PHS, agremiação da qual me desliguei antes da posse no Senado Federal, que indicou Franceschini como um advogado e professor universitário que tinha interesse em fazer doações a candidatos do partido. Somente hoje tomei conhecimento de que ele é sócio de um fundo de investimentos na área da mineração”, disse Viana no texto.

O senador esclareceu também que nunca se encontrou ou se quer conversou com o executivo, e que todas as referências dele foram informadas pelos dirigentes do partido que ele pertenceu. Viana ainda reafirmou o compromisso de trabalhar na CPI de forma transparente, correta e íntegra.

Mina do Feijão

A barragem da Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho, se rompeu no dia 25 de janeiro. Até o momento, 165 pessoas foram mortas na tragédia. Entre elas estavam funcionários da Vale, de empresas terceirizadas e moradores da região.

Leia a nota na íntegra

Logo que fui indicado pelo meu partido como integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigará o acidente de Brumadinho, tornei-me um parlamentar sujeito ao escrutínio daqueles que esperam transparência dos agentes políticos. É bom que seja assim.

Uma nota publicada no jornal O Estado de S. Paulo questionou uma doação recebida por minha campanha a senador, como se o fato pudesse sugerir alguma ação reprovável do ponto de vista ético. O sr. Luis Fernando Franceschini da Rosa doou R$ 100 (cem mil reais) à minha candidatura, recurso devidamente declarado ao Tribunal Superior Eleitor, com o cumprimento de todos os requisitos legais.

A referida doação foi viabilizada pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS), agremiação da qual me desliguei antes da posse no Senado Federal. O sr. Luis Fernando foi a mim indicado pelo partido como um advogado e professor universitário que tinha interesse em fazer doações a alguns candidatos do PHS. Somente agora tive a informação de que ele é sócio de um fundo de investimentos em mineração.

Esclareço que nunca me encontrei com o sr. Luis Fernando Franceschini da Rosa, nunca conversei com ele, e que todas as referências dele me foram transmitidas pelos dirigentes do partido ao qual pertenci. Entretanto, não tenho conhecimento de qualquer informação que o desabone. Não aceito que se produzam ilações a partir de uma doação absolutamente legal, aprovada pela justiça eleitoral.

Reafirmo o compromisso de trabalhar para que a CPI das Barragens atue de forma transparente, sem qualquer tentativa de espetacularização, ou com interesses que não se relacionem exclusivamente ao propósito de evitar novas tragédias como as que atingiram as cidades de Mariana e Brumadinho. É por esse motivo que o primeiro requerimento que apresentarei à CPI solicitará a presença de representantes do Ministério Público e da Polícia Federal para acompanhar os trabalhos da comissão.

Por: João Costa

(Com supervisão de Patrícia Marques)

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