Eleitores determinados votam cedo em Coronel Fabriciano

Fotos: Wôlmer Ezequiel

Fila de votação no bairro Santo Heloi, Coronel Fabriciano

As seções de votação em Coronel Fabriciano também apresentaram intensa movimentação de eleitores que prefeririam ir votar logo cedo. Nas filas, a maioria das pessoas se mostra determinada a escolher seus representantes. E não escondem a esperança de mudança na forma como o país vem sendo conduzido. O desemprego e a corrupção foram os dois assuntos mais relatados pelas pessoas entrevistadas pelo Diário do Aço.

A aposentada Cristina Costa, de 60 anos, afirmou que a campanha foi esclarecedora para a definição do seu voto. Ela afirma que pesquisou a respeito dos candidatos e conversou com os familiares e amigos. Fez campanha para quem entendeu que merecia e chegou à urna consciente de suas escolhas. Também usou, pela primeira vez, a biometria para identificação na hora do voto.

O recurso estava disponível e quem já fez o cadastramento nos cartórios eleitorais pode usá-los. Em nenhuma cidade do Vale do Aço a biometria era obrigatória. Entretanto, na próxima eleição, todos os eleitores deverão estar cadastrados com o leitor digital. Isso pode ser feito nos cartórios eleitorais de sua zona eleitoral. “É muito prático usar a biometria. Chega de assinar papel”, disse Cristina Costa.

Cleuza Maria de Jesus Silva

Em relação aos temas que entende como mais emergenciais no Brasil, Cristina cita segurança pública, educação e o fim da corrupção. “Sem acabar com a corrupção nenhum governo prestará. Precisamos acabar com isso para voltar a termos orgulho de ser brasileiro. Atualmente dá vergonha morar num país em que tudo o que se produz é para uso indevido. O Brasil tem chance de se desenvolver. Espero que ganhem meus candidatos e que o Brasil seja bem diferente do que está sendo no momento”, concluiu

Embora já esteja liberada da obrigação de votar, pela idade, Maria da Glória Guimarães Sá, 79 anos, foi à sua seção escolher os seus candidatos. “Eu não era mais obrigada a votar, tinha decidido que não iria votar, mas tomei essa decisão. Diante de um Brasil tão necessitado de voto, vim aqui escolher. Que todos em condições de ir à urna hoje, não abram mão do direito de escolha”, explicou.

Maria da Glória disse esperar dos candidatos que escolheu mais atenção, se eleitos, para que melhorem o Brasil de fato. “As pessoas precisam de habitação, segurança, saúde, e emprego. Estamos estagnados e esperamos que as propostas apresentadas na campanha eleitoral sejam mesmo executadas”, afirmou.

Cristina Costa

Aos 59 anos, Cleuza Maria de Jesus Silva, disse esperar que os políticos a serem eleitos nesse domingo olhem com mais atenção para a solução da crise que atinge a todos no país. “Minha filha mesmo está há dois anos desempregada. Isso não pode continuar assim, são muitas pessoas nessa situação. Agora, coisa errada na condução do país tem demais. Não podemos aceitar que venham propostas para piorar a situação do nosso povo.
Fiz uma colinha ontem à noite, e, numa conversa com minha irmã, decidi em quem votar para deputado estadual. Até então não tinha definido o voto. Prefiro acreditar que minha escolha esteja certa, mas confesso que estou pessimista em relação a uma melhora real da condição do povo”, desabafou.

O comerciante Jurandir Soares da Silva, 63 anos, espera que os eleitos entendam que é preciso resolver as necessidades do povo. Ele afirma que, a cada ano que passa, nada é resolvido, e as necessidades só crescem. Por isso, no seu entendimento, o povo está cada vez mais descrente da política como solução para o País, para a cidade.

Jurandir Soares

“Eles só resolvem a situação deles e chegamos a esse cenário. Temos dois candidatos à frente da disputa presidencial, um cujo partido já passou pelo comando da Presidência, fez um começo de governo bom e depois ficou muito ruim. O outro se apresenta como uma proposta nova, mas é um candidato que trás medo à população”.

“Em 1985 saímos de uma ditadura e o que esse homem prega hoje é a volta a uma ditadura. O povo tem que pensar para não fazer besteira, não cair num retrocesso perigoso. As pessoas entendem que o presidente não governa sozinho, quem governa é o Congresso Nacional. E é preciso negociar com o Congresso Nacional. Se um candidato afirma que não vai negociar com o Legislativo, então ele vai fazer uma ditadura ou vai sofrer um impeachment. As pessoas estão no calor da emoção, da discussão partidária, ou antipartidária, sem avaliar essa realidade.

Maria da Glória Guimarães

O candidato a deputado estadual, Leandro Xingó, o Xingozinho, votou pela manhã, em Coronel Fabriciano. Ao siar de uma campanha eleitoral, o candidato que também ocupa o cargo de vereador no município, reconhece que muitas pessoas estão revoltadas com os políticos.

“Mas eu entendo que há alternativas e a oportunidade para essa mudança é o momento do voto. A região padece da falta de representatividade política e por isso tem uma infraestrutura precária. Gargalos que poderiam ser resolvidos ficam anos à espera de solução. Seria diferente se a região tivesse maior força política em Belo Horizonte ou Brasília. “Acredito que as pessoas escolherão certo essa vez, e entender que sem os representantes para defender seus interesses, a região vai permanecer como está hoje”, concluiu.

“Eu não era mais obrigada a votar, tinha decidido que não iria votar, mas tomei essa decisão. Diante de um Brasil tão necessitado de voto, vim aqui escolher. Que todos em condições de ir à urna hoje, não abram mão do direito de escolha”, concluiu.

Leandro Xingó

Mauro Xavier Soares


Seção de votação bairro Santo Helói Cel. Fabriciano

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