Em 28 anos, Ipatinga já teve 480 transplantes de rim

Wôlmer Ezequiel

Daniel Calazans afirmou que, neste ano, já foram realizados 25 transplantes de rim no Hospital Márcio Cunha até o momento

O Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos foi comemorado nesta quinta-feira (27), ressaltando a importância de discutir acerca desse assunto com a população. Conforme levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), mais de 32 mil pessoas estão na lista de espera por um órgão no país.

No Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, o presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Daniel Calazans, enfatizou a importância de as pessoas doarem órgãos para salvar mais vidas. O hospital possui um Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS) que é o único transplantador no Leste de Minas Gerais, atendendo a pacientes de Teófilo Otoni, Governador Valadares, Caratinga, Manhuaçu e todo o Vale do Aço.

Conforme o especialista, o Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza transplantes renais, perdendo apenas para os Estados Unidos, porém, essa posição altera quando faz uma comparação mais detalhada. “Se avaliar o quantitativo, a gente faz em torno de seis mil transplantes renais, mas se for analisar em número por milhão de população, a gente estaria, aproximadamente, em 33º lugar. Portanto, o número absoluto cai quando se transforma em relativo, mostrando a importância do engajamento para aumentar a doação de órgãos”, afirmou.

Daniel Calazans também acrescentou que só no ano passado, foram realizados 37 transplantes de rins no HMC. Já neste ano, foram realizados 25 até momento e desde 1990, a unidade já registrou 480 transplantes de rins, porém, o número de pacientes na fila de espera ainda é alto. “Hoje no Brasil tem em torno de 22 mil pessoas aguardando um rim. Quando faz em observação em Minas Gerais, temos, aproximadamente, 2.300 pacientes na espera. Então, realmente é uma fila de espera grande”, destacou.

Ações

Para o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, na Unidade I do Hospital Márcio Cunha foram distribuídos nessa quinta-feira, panfletos informativos pelos integrantes da Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Para Daniel Calazans, a conscientização é o primeiro passo para o crescimento das doações. “A ação foi pensada com o intuito de informar e conscientizar as pessoas sobre a doação de órgãos. A realização desse tipo de iniciativa é importante para a desmistificação do assunto, que não é muito discutido entre as famílias. É preciso falar sobre a doação de órgãos, conhecer e humanizar os processos”, explicou o médico.

Paciente

Aline Gonçalves foi uma das pacientes que passou pelo CTRS do HMC e viveu a experiência de receber um rim do seu irmão. “As pessoas podem doar sem medo, porque a doação é um ato de amor e uma atitude muito linda que faz bem tanto para quem recebe quanto para quem doa. Doar-me um rim foi uma atitude maravilhosa do meu irmão, foi um grande gesto de amor”, contou Aline.

Captação de órgãos

O HMC também está apto para realizar a captação de outros órgãos, como fígado e pâncreas, sendo que estes são encaminhados para centros transplantadores específicos de cada órgão, salvando vidas de pacientes. Após a autorização dos familiares, podem ser retirados do doador falecido, órgãos como coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas, vasos e peles. Portanto, um único doador pode salvar inúmeras vidas.


Em 28 anos, Ipatinga já teve 480 transplantes de rim


Encontrou um erro? Comunique: [email protected]

Pesquisar