Em meio à crise hospitalar, obras da UPA em Timóteo estão paralisadas
Após o fechamento do hospital José Maria Morais, em Coronel Fabriciano, e as restrições de atendimento do hospital Vital Brazil, em Timóteo, que passou a atender somente casos classificados como urgência e emergência, a população passou a enfrentar uma dificuldade crescente para o atendimento hospitalar na região. As consequências recaem sobre os pacientes que procuram as unidades de saúde que ainda funcionam, principalmente o Centro de Saúde João Otávio, no bairro Olaria, em Timóteo, a Unidade de Pronto Atendimento, e o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. Um leitor de Timóteo alerta que, no cenário de crise, um importante equipamento está com obras paradas, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Porte II em Timóteo.
Localizada na avenida Monsenhor Rafael, bairro Primavera, a obra está tomada pelo mato e cercada por um tapume. A unidade foi projetada para disponibilizar 12 leitos de observação e capacidade de atender até 300 pacientes por dia. Se estivesse em funcionamento, seria um alívio nesse momento da crise hospitalar.
Conforme as informações na placa em frente à unidade, os investimentos totalizam R$ 2.646.756,90, tendo como data de início em seis de março de 2014; e de entrega do serviço em cinco de agosto de 2015. A Engecel Construções e Serviços foi a vencedora da licitação para executar a obra.
Segundo o engenheiro civil da Engecel Construções e Serviços, José Guerini, faltam cerca de 30% para conclusão das obras da unidade. Precisamos agora só de colocar portas, janelas, fiação elétrica, pintar a parte de fora, etc. Isso tudo deve gastar uns 90 dias para finalizar, informa.
Falta de recurso
Conforme o engenheiro, a obra só não foi entregue devido à falta de recurso por parte da Prefeitura de Timóteo, que ainda aguarda o pagamento do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU) da Aperam South America. Já conversei com o prefeito Geraldo Hilário e ele está bem ansioso para concluir a obra da UPA, ainda mais que é médico. No entanto, o prefeito não está com a verba necessária para pagar a finalização da obra. Ele só terá esse dinheiro quando a Aperam pagar o IPTU. Ao todo, falta cerca de R$ 1,3 milhão para pagar os gastos restantes, esclarece.
Paralisação
O engenheiro também afirma que, desde novembro do ano passado, as obras já tinham sido paralisadas, mas mesmo assim, a empresa deixou alguns pintores e vigias no local para tomar conta da unidade. No dia 21 de fevereiro deste ano, o engenheiro decidiu enviar uma carta para a Secretaria de Obras de Timóteo, informando sobre a paralisação temporária do serviço a partir do dia 24 de fevereiro. O motivo que nos leva a tomar esta decisão é a falta de pagamento dos serviços realizados no período após o pagamento da 10ª medição, que foi no dia primeiro de setembro de 2016, última parcela do convênio com o Ministério da Saúde, detalha.
Na carta, o engenheiro também avisa que a prefeitura será responsável por manter vigias na unidade, já que a construtora não iria mais bancar o serviço de vigilância por conta própria, para evitar a ação de vândalos.
Em nota, a Secretaria de Saúde, informa que a obra foi encontrada já paralisada, quando o atual governo assumiu o município. Acrescenta que, em março deste ano, foi feita uma proposta de conclusão da obra, em 17 meses e a posição do governo federal é aguardada. O secretário da Saúde, César Luz, alega que as dificuldades financeiras do município encontradas pela atual gestão, impedem a conclusão da obra antes deste prazo.
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Postado originalmente por: Diário do Aço