Empresário do mercado do leite acredita no desenvolvimento agronegócio do Vale do Aço

Fernando Lopes

Marcy vê que potencial do agronegócio no Vale do Aço ainda é pouco explorado

O Vale do Aço é nacionalmente reconhecido por ser uma região altamente industrializada. Contudo, o setor do agronegócio tem se expandido nos últimos anos e possui potencial para crescer ainda mais, confirma o empresário Marcy Ferreira Oliveira, proprietário do laticínio Sensação de Minas.

Desde 2003, Marcy atua no mercado leiteiro no Vale do Aço. Até 2007, o laticínio Sensação trabalhava apenas com a pasteurização e distribuição do leite. Hoje, a empresa fabrica diversos derivados, como doce, manteiga e queijos. O empresário explicou em entrevista ao Diário do Aço que o laticínio recolhe de 90 a 110 mil litros de leite diariamente na região e tem um crescimento anual médio de 17%. Eleito como “Empresário do Ano 2018” pela Aciapi-CDL de Ipatinga, Marcy acredita que a região possui potencial para desenvolver ainda mais o agronegócio.

“Tenho realizado nos últimos anos, um leilão para fomentar este setor. Temos um grande mercado a ser explorado. Existe um bom potencial nos segmentos da agricultura e pecuária aqui na região que ainda é pouco explorado. Quem trabalhar com seriedade e fazer produtos com boa qualidade terá mercado, com certeza”, destaca Marcy.

Nos últimos cinco anos, o poder de compra do brasileiro reduziu de modo significativo e os produtos laticínios, bem como outros produtos agrícolas que possuem um valor agregado maior correm risco de ficar fora da cesta de alimentos de uma parcela da população. Mesmo nesse cenário adverso, Marcy indica que o setor tem crescido devido a mudança de hábito do consumidor.

“Realmente, o nosso poder de compra caiu. Mas o consumidor atual exige um produto de qualidade, ele quer saber de onde veio e como é feito aquele produto. Às vezes, o consumidor vai consumir menos, mas com uma melhor qualidade. Nós procuramos trabalhar nesse sentido e também com um preço competitivo, mesmo com a crise tivemos crescimento.

Alterações na política

O empresário acredita que as mudanças na política nacional podem favorecer ao investimento nos segmentos do agronegócio e propiciar o desenvolvimento deste setor na região. Mas ele alerta à alteração realizada no comando político do estado de Minas. “Para o nosso setor, a fusão dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, proposta pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, pode contribuir. Mas para isso é necessário que seja feita uma gestão correta.

Até o momento, nós temos duas pontas distintas que atrapalham a produção. Creio que, trabalhando no sentido do bem comum, esta proposta tem tudo para fortalecer e produzir. As licenças ambientais necessárias, às vezes são muito difíceis e morosas para serem obtidas. Acho que, com a unificação, poderemos ter essa agilidade”, salienta o empresário.

Marcy Oliveira acredita que, além do aspecto ambiental, outro ponto que dificulta o desenvolvimento econômico são os elevados impostos em Minas Gerais. “O governador eleito, Romeu Zema, ainda é uma aposta. Ele é um empresário de sucesso, mas a administração pública funciona de modo diferente. Acho que o grande desafio dele será formar uma boa equipe. Contudo, acredito que ele poderá fazer uma boa gestão, visto que é conhecedor de todas as demandas da classe empresarial, especialmente no que tange a alta carga tributária. Se houver redução nos impostos, nos encargos sociais e incentivos fiscais, o empresariado terá mais condições de investir.”, destaca Marcy.

“Acredito que a mudança que o povo escolheu foi porque cansou de ser roubado, enganado e de ter promessas não cumpridas. Não acredito que o presidente eleito conseguirá cumprir com tudo o que falou, contudo, se ele reduzir o nível da corrupção, nós teremos um futuro brilhante”, pontua.

Fernando Lopes


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