Endemias e epidemias atingem quase 35% das cidades por falta de saneamento

Em 2017, mais de 34% dos municípios brasileiros informaram a ocorrência de doenças epidêmicas ou endêmicas relacionadas a deficiências de saneamento básico. 1.501 municípios registraram a ocorrência de dengue. A segunda doença mais citada foi a diarreia, seguida por verminoses, chikungunya, zika e doenças do aparelho respiratório.

Os dados do suplemento Aspectos Gerais da Gestão da Política de Saneamento Básico da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, a Munic 2017, foram divulgados nesta quarta-feira (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gerente da Pesquisa de Informações Básicas Municipais do IBGE, Vânia Pacheco, afirma que os próprios gestores informaram a incidência das doenças.

“No questionário, a pergunta era se o município considerava que nos 12 meses anteriores à data da entrevista o município sofreu de alguma endemia ou epidemia relacionada ao saneamento básico. Pouco mais de 34% disse que sim, principalmente com relação a dengue a diarreia. Foram as duas doenças mais mencionadas pelos municípios. Isso é falta de saneamento? Não necessariamente. Talvez seja falta de aprimorar o saneamento e aprimorar os cuidados municipais.”

A proporção de municípios que declararam ter sofrido endemias ou epidemias de dengue, zika e chikungunya, nos 12 meses anteriores à data da entrevista, foi maior nas regiões Nordeste e Norte. Outra doença que preocupa o país nos últimos anos, a febre amarela, também aparece nas respostas dos gestores municipais tendo ocorrido em 2,9% dos municípios.

A pesquisa investiga os instrumentos dos municípios para lidar com saneamento e revela que apenas 38,2% tem uma política estruturada de saneamento básico, que inclui serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e manejo de resíduos sólidos. Em 2011, ano da pesquisa anterior, a porcentagem era de 28,2% mostrando que houve avanços apesar das deficiências.

Postado por A.W

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