Estado deve mais de R$ 9 milhões para o hospital em Fabriciano

Wôlmer Ezequiel

Ricardo Cacau apontou as dificuldades para manter o Hospital José Maria Morais com as portas abertas

Responsável por atender diversos pacientes de Coronel Fabriciano e municípios vizinhos, o Hospital José Maria Morais passa por dificuldades para manter as portas abertas. A unidade, que pertence ao Estado de Minas Gerais, não recebe há meses a verba pactuada, obrigando a administração de Coronel Fabriciano arcar com as despesas do hospital com os recursos próprios.

Em entrevista ao Diário do Aço, o secretário de Saúde, Ricardo Cacau, afirmou que o governo estadual deve cerca de R$ 9 milhões ao município de Coronel Fabriciano, referente ao hospital. “A dívida inteirou nove parcelas de R$ 1,38 milhão. É uma dívida muito alta, que dificulta a nossa assistência médica e compra de insumos para o hospital. Com isso, a administração municipal precisa arcar com recursos próprios para manter o hospital aberto, com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a pediatria funcionado 24 horas”, detalhou.

O secretário acrescentou que, ao todo, o estado deve cerca de R$ 15 milhões para a saúde de Coronel Fabriciano, mas espera que o governador eleito, Romeu Zema, consiga normalizar esse repasse de verba. “As urnas eletrônicas mostraram a insatisfação do povo com Fernando Pimentel, que tem essa dívida com a saúde pública. Então espero que o novo governador faça um trabalho de contenção de gastos e volte a repassar os recursos para os hospitais e municípios”, salientou.

Aumento de demanda

Ricardo Cacau também revelou que durante a suspensão do atendimento eletivo do Hospital São Camilo/Vital Brazil, em Timóteo, houve aumento do número de pacientes no Hospital José Maria Morais. Essa suspensão teve início no dia 3 de setembro e encerrou-se no dia 15 de outubro, conforme noticiado pelo Diário do Aço.

“A gente teve um desgaste grande com isso. Aumentou em 15% o número de pacientes quando o hospital em Timóteo suspendeu os atendimentos. Então todo fechamento de qualquer hospital ou posto de saúde na região reflete no Hospital José Maria de Morais”, enfatizou.

Situação na região

Conforme o secretário, a microrregião de Ipatinga também enfrenta a mesma dificuldade relacionada à área da saúde. Isso foi até tema de audiência pública, no dia 29 de outubro, que discutiu a situação dos atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Canaã. “A nossa esperança é que a UPA em Timóteo será inaugurada em dezembro, já a nossa UPA está em fase de construção e deve ser inaugurar em março do próximo ano. A partir daí, vamos conseguir organizar a saúde junto com as UPAs da região, e também com os hospitais da rede urgência e emergência, mais as cirurgias eletivas. Então a saúde estará mais equilibrada no próximo ano”, concluiu.

Déficit financeiro

Procurada pelo Diário do Aço, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) não informou se existe previsão de normalizar os repasses de verba ao hospital de Coronel Fabriciano. Apenas afirmou que o governo estadual enfrenta um crescente déficit financeiro refletindo em todos os seus órgãos, bem como na SES-MG. “Dessa forma, o Governo de Minas Gerais decretou situação de calamidade financeira no âmbito do Estado, de acordo com o Decreto 47.101, de 5 de dezembro de 2016. Diante disso, estamos nos esforçando para honrar os compromissos pactuados, manter nossas ações e dar os melhores encaminhamentos possíveis, ante o contexto supracitado”, resumiu a nota.

Tiago Araújo


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