A paralisação dos caminhoneiros caminha para o oitavo dia nessa segunda-feira e os efeitos na cadeia produtiva de grandes empresas é inevitável. Faltam insumos básicos para a manutenção das operações, não bastasse a retenção da produção que precisa ser despachada via transporte rodoviário.
Apenas uma parte da produção, bem como dos insumos chega à Cenibra, Aperam e Usiminas pela Estrada de Ferro Vitória a Minas. Já na quinta-feira (24) a Assessoria de Imprensa da Cenibra respondeu ao Diário do Aço com a seguinte nota: informamos que a referida paralisação está impactando os processos da empresa.
Na Usiminas há duas preocupações essenciais: fazer com que os trabalhadores cheguem diariamente aos postos de trabalho e remanejar os insumos necessários para manter o funcionamento da usina.
Nesse sábado a informação nos bastidores é que a usina, embora com ritmo menor, mantém o funcionamento da produção siderúrgica. Entretanto, por meio de comunicados internos, os trabalhadores recebem, frequentemente, orientações sobre medidas que estão sendo tomadas.
Nos comunicados também é pedido o apoio da população para que seja mantido o funcionamento das empresas a fim de que sejam evitadas medidas mais drásticas, como a paralisação total das linhas de produção.
Caminhoneiros completam sete dias parados em Ipatinga
Hospital prioriza atendimento
Assim como em outros hospitais no país, o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, está com dificuldades no abastecimento de materiais e produtos para manter o atendimento normal ao longo dos dias em que ocorre a paralisação dos caminhoneiros.
A Fundação São Francisco Xavier (FSFX), mantenedora da instituição confirma, por meio de nota, que alguns serviços passaram a ser priorizados.
De acordo com a nota, os procedimentos relacionados à Oncologia, Hemodiálise e os de Urgência e Emergência são prioritários. As cirurgias eletivas e a coleta domiciliar estão suspensas temporariamente, resume.
Outros setores atingidos
Entre quinta-feira e sexta-feira vários serviços essenciais à população começaram a ser paralisados, em função da falta de combustíveis e insumos cujo fornecimento está cortado.
O primeiro deles foi o transporte coletivo, que passou a operar com horários reduzidos. Uma fonte confirmou ao Diário do Aço que se a paralisação não for encerrada e as empresas de ônibus não receberem novos carregamentos de diesel já nesse começo de semana, a paralisação no transporte de passageiros será inevitável.
Nem a Saritur/Autotrans, que faz o transporte urbano nem a Univale, do transporte intermunicipal de passageiros confirma o quanto tem de reserva de combustível, mas ambas as empresas reduziram as viagens.
Escolas públicas e particulares e repartições públicas municipais começaram a decretar ponto facultativo.
No comércio o desabastecimento é inevitável. Em um supermercado, na tarde de sábado já tinha acabado os pães de forma e outros produtos de panificação. Para não deixar as prateleiras completamente vazias, uma funcionária cobria os espaços com pacotes de torradas.
No setor de verduras, frutas e legumes, entretanto, era impossível cobrir os espaços deixados com a falta desses alimentos.
O gás de cozinha acabou na quinta-feira, em Ipatinga. Sem receber os carregamentos com botijões carregados desde segunda-feira os depósitos ficaram vazios.