Greve de técnicos do sistema prisional completa 20 dias

Arquivo DA

apenas os agentes estão trabalhando pertencer a categoria diferente

A greve dos analistas e técnicos administrativos dos sistemas prisional e socioeducativo de Minas Gerais ainda não tem previsão de término. Em entrevista ao Diário do Aço, o diretor do Sindicato dos Servidores no Serviço Público de Minas Gerais (Sindpúblicos), Hugo Barbosa de Paulo, avaliou a situação dos presídios no estado. “Com essa greve, vários serviços não estão funcionando, como cadastros de presos, visita íntima ou familiar, e setores que permitem ao detento trabalhar. Os atendimentos feitos por psicólogos, assistentes sociais e serviços administrativos também estão parados”, afirma.

Essa mobilização é porque, em 2015, o governo de Minas havia prometido uma equiparação dos salários desses profissionais com outros da área de segurança que foram contemplados com reajustes da gestão anterior. O salário médio desses profissionais é de R$ 1.050 para nível médio e R$ 2.298 para quem tem curso superior.
Hugo Barbosa informa que, de 3.700 servidores, cerca de 80% estão em greve; apenas os agentes estão trabalhando pertencer a categoria diferente. Os atendimentos de urgência e emergência também estão garantidos, conforme determina a lei.

O diretor acrescenta que é impossível o preso sair da prisão, se não houver profissionais do Corpo Técnico para elaborar o relatório que permite a sua saída. “Desse jeito, o clima lá dentro fica cada vez mais difícil. Há qualquer momento pode estourar uma rebelião. Então a situação é bem grave e precisa ser resolvida urgentemente”, aponta.

Arquivo pessoal

Hugo Barbosa destacou que não é possível os presos entrarem ou saírem das unidades, onde profissionais estão em greve

Proposta

Conforme o diretor, o governo fez uma proposta para a categoria dos administrativos do sistema prisional no dia 8 deste mês, e no dia 13, os servidores realizaram uma assembleia para discutir se haveria algum acordo. “Discutimos e decidimos manter a greve por enquanto, porque na verdade estamos pedimos um auxílio financeiro e na proposta do governo, não tinha valores. Então não tinha como aceitar. Além disso, eles querem deixar para discutir em abril, mas nesse mês começa o período eleitoral e não terão permissão para fazer acordos. Então seria algum tipo de manobra deles”, avalia.

Governo

Procurada pelo Diário do Aço, a assessoria de Comunicação da Secretaria de Planejamento (Seplag) informou em nota que o governo de Minas Gerais, o Sindicato dos Servidores no Serviço Público de Minas Gerais (Sindpúblicos) e o Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo de Minas Gerais (SindSisemg) repactuaram, em maio de 2016, acordo no qual o governo se compromete a pagar os valores salariais acordados em maio de 2015, em forma de abono, até abril de 2018.

A nota acrescenta que a incorporação desses valores será feita até dezembro de 2018, desde que superadas as vedações e restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “Portanto, o governo mantém seu compromisso em honrar o acordo e irá se reunir novamente com o Sindpúblicos em abril para negociar os valores com a categoria”, conclui.


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