Intervenção urbana no Centro de Ipatinga alerta para a poluição sonora

Tiago Araújo

A intervenção urbana foi realizada por alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo

Estudantes de Arquitetura e Urbanismo realizaram uma intervenção urbana na avenida João Valentim Pascoal, no Centro, em Ipatinga, nesta quarta-feira (14). A atividade consistiu em colocar fones de ouvido (feitos de material reciclável) nas esculturas de personagens importantes da história brasileira, que ficam no muro da Escola Estadual Manoel Izídio.

As autoras do trabalho acadêmico foram Joquebedes Vieira, Mariah Penna, Rosimelia Vaz, Amanda Theresa e Jéssica Gabriella Rodrigues.

Em entrevista ao Diário do Aço, a estudante Joquebedes Vieira, de 24 anos, informou que a ideia surgiu após uma professora do seu curso propor um trabalho acerca de poluição sonora em Ipatinga. “Estudamos as leis relacionadas a esse tema e dentro dos pontos da cidade, encontramos no Centro, um local onde muitas pessoas circulam e que também há um nível de poluição sonora bem alto, que é em frente à Escola Manoel Izídio. Então trouxemos essa intervenção para saber das pessoas se a poluição sonora realmente incomoda ou se já estão acostumadas com o barulho”, contou.

Conforme Joquebedes, com essa pesquisa foi possível descobrir que, geralmente, as pessoas que mais se incomodam com o barulho, são os visitantes. “Aqueles que vêm de outras cidades ou não convivem aqui no Centro, diariamente, são que mais percebem a poluição sonora. Mas as pessoas que trabalham aqui, já estão acostumadas com o barulho. Foi a conclusão que tivemos”, ressaltou.

Tiago Araújo

Ana Luisa Godoi relatou que fica com dor de cabeça por causa do barulho no Centro de Ipatinga

Prejuízos à saúde
A estudante Rosimelia Vaz, de 34 anos, afirmou que a poluição sonora prejudica a saúde das pessoas, causando estresse ou perda auditiva, porém, muitos não têm essa consciência acerca disso. “Então o nosso objetivo é conscientizar a população de que a reclamação deve ser feita, a pessoa deve procurar alguma instituição para reclamar. Por exemplo, aqui em Ipatinga existe a Patrulha do Silêncio dentro da prefeitura. Se os responsáveis por esse setor acharem necessário, vão até ao local da reclamação e vão verificar o que deve ser feito”, citou.

Mudanças no ambiente
Rosimelia também destacou a importância da intervenção urbana para sensibilizar as pessoas acerca da necessidade de melhorar a situação do ambiente em que vivem. “A gente colocou fones de ouvido nas esculturas da escola para chamar atenção, porque observamos que, às vezes, as pessoas trafegam por aqui com fone no ouvido, o que prejudica mais ainda a saúde da pessoa, já que vai juntar o barulho da música e do Centro. Então queremos mostrar que estamos como estátuas paralisadas sem dizer nada a respeito do que está acontecendo conosco”, concluiu.

Para Ana Luiza Godoi, de 17 anos, que trabalha na rodoviária de Ipatinga, esse barulho do Centro traz prejuízos para seu corpo. “Às vezes atrapalha sim. Eu trabalho na rodoviária e sempre tem pessoas gritando na rua. Isso é muito ruim. Eu vou embora com dor de cabeça. Mas como eu trabalho muito tempo aqui. Já estou acostumada, mas tem gente que não está. Por isso que algo deve ser feito”, informou.


Intervenção urbana no Centro de Ipatinga alerta para a poluição sonora


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