Mulheres do campo conquistam visibilidade no setor produtivo em Minas Gerais

Lisângela Oliveira, de 33 anos, é filha e neta de agricultores. Moradora do município de São Miguel do Anta, na Zona da Mata mineira, ela mantém a tradição da família, plantando milho, feijão, café e hortaliças. Mas com uma diferença: Lisângela é adepta da agricultura orgânica e não usa agrotóxicos. Além disso, ela também desenvolve outras atividades para ter renda própria:

No período que eu não tô mexendo na horta lá, com meu pai ou minha mãe, eu tô em casa fazendo os biscoitinhos pra vender. Me viro nos 30, não paro não. Meu marido traz pra casa o alimento pra nós, mas o cursinho da minha filha, coisa que meu filho precisa, roupa, calçado, tudo, eu me viro.

O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, a SEDA, desenvolve várias ações para garantir a autonomia das mulheres do campo e fortalecer a agricultura familiar. Uma antiga reivindicação foi atendida pelo governo mineiro este ano: a realização de um diagnóstico sobre a situação das trabalhadoras rurais. De acordo com a pesquisa, desenvolvida pela SEDA, em parceria com a Fundação João Pinheiro, 64 por cento das mulheres que vivem na zona rural não recebem remuneração. Outra ação importante foi a realização da Primeira Feira Mineira das Mulheres do Campo, no mês de novembro em Belo Horizonte. Uma das participantes foi a quilombola Dalva dos Santos, de 63 anos, que viajou mais de 600 quilômetros para trazer para a capital produtos feitos no Quilombo da Ribanceira, no norte mineiro:

Nós trouxemos a farinha de cadela, trouxemos paçoca de baru, paçoca de peixe, baru torrado, feijão de corda, doce de buriti, rapadura puxenta, açafrão, arroz de pilão, tudo nós trouxemos.

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