A pavimentação da MG-760 entre Marliéria e São José do Goiabal (BR-262), uma obra esperada há décadas pelos moradores do Vale do Aço pode atrasar mais ainda após a paralisação dos serviços pela Tamasa, empresa responsável pela obra. Essa interrupção dos serviços se deve à ausência do pagamento relativo ao mês de março, por parte do governo do estado à empresa.
A paralisação, deflagrada na segunda-feira (14), foi confirmada pela assessoria de Comunicação do Departamento de Edificações e Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DEER-MG), mas não souberam informar a data de retorno dos serviços. Já foi alcançado 8,17 quilômetros de pavimentação da MG-760; 8,3 quilômetros de terraplanagem e 13,3 quilômetros de drenagem, detalhou o DEER.
O leitor do Diário do Aço José Carlos Mateus que acompanha as obras de pavimentação da MG-760 entrou em contato por telefone afirmando que desde janeiro mais de 50% dos trabalhadores envolvidos na pavimentação já foram dispensados. Além disso, tem até alguns funcionários com o salário atrasado. Como já atuei em casos como esses, na época que eu era sindicalista, muitos trabalhadores me procuraram para saber o que devem fazer e me contaram o que está acontecendo na MG-760, explica.
De acordo com José Carlos, como a obra conta com poucos trabalhadores para efetuar o serviço e ainda está com o cronograma atrasado, a pavimentação pode demorar mais do que o previsto pelo governo. Se for analisar, eles estão dentro do cronograma do ano passado, ou seja, estão concluindo serviços que eram para ter sido entregues em 2017. Posso dizer que a obra está na velocidade de uma tartaruga, critica.
Entenda
A pavimentação da MG-760 entre Marliéria e São José do Goiabal (BR-262) visa facilitar o acesso da população do Vale do Aço à Zona da Mata mineira. Depois de aproximadamente quatro anos parada à espera de adequações ambientais, em outubro do ano passado, o asfalto começou a aparecer nos primeiros metros da MG-760, perto de Cava Grande e hoje já se estende até Santo Antônio da Mata. A pavimentação foi iniciada nas proximidades do canteiro de obras da empresa Tamasa (vencedora da licitação) a 600 metros do distrito de Cava Grande, em Marliéria.
A obra, de 57 quilômetros de extensão, tem orçamento de R$ 110.930.599,83, conforme uma placa afixada em Cava Grande, custeada com recursos estaduais. A previsão de entrega da obra é no fim de 2019.
No começo do ano uma fonte alertou que os recursos já liberados, de pouco mais de R$ 20 milhões, seriam suficientes apenas para os 9 quilômetros que, de fato, foram pavimentados.
Surpresa
O deputado estadual José Célio Alvarenga, o Celinho do Sinttrocel (PCdoB) informou que a paralisação, por motivo de falta de pagamento da medição relativa ao mês de março, pegou todo mundo de surpresa. Em diversos contatos que mantive com os secretários e com o próprio governador (Fernando Pimentel PT), todos foram unânimes em afirmar que fariam de tudo para que as obras não fossem interrompidas. Sei das dificuldades do governo, e sou parceiro na busca de soluções, mas esta é uma obra prioritária e faremos de tudo para que ela retorne ao ritmo normal o mais rápido possível, comentou Celinho.