Pataxós participam da abertura de IV Jogos Indígenas do Taúbas em Ipatinga

Secom/PMI

Atração especial no evento, dez índios Pataxó, pertencentes à aldeia Gerú Tucunã, localizada no distrito de Felicina, município de Açucena, trouxeram aos alunos um pouco de seus valores culturais

Jogos, brincadeiras, danças e rituais marcaram, nessa terça-feira (9), a abertura dos ‘IV Jogos Indígenas’, realizados na quadra poliesportiva da Escola Municipal Gercy Benevenuto, no bairro Taúbas, em Ipatinga. Atração especial no evento, dez índios Pataxó, pertencentes à aldeia Gerú Tucunã, localizada no distrito de Felicina, município de Açucena, trouxeram aos alunos um pouco de seus valores culturais, assim como a importância da preservação e o respeito aos nativos do país.

A abertura oficial dos jogos, que são promovidos pela Escola Gercy Benevenuto desde 2015, contou com a participação do prefeito Nardyello Rocha, representantes da Secretaria de Educação, além de alunos e professores do educandário anfitrião e outras duas escolas municipais da zona rural de Ipatinga, a Professor Mário Casassanta (Ipaneminha) e a Hermes de Oliveira Barbosa (Pedra Branca).

Os alunos das três escolas municipais competem entre eles em modalidades como o cabo de guerra, corrida com tora e arremesso, atividades oriundas da cultura indígena, além de atletismo e futebol.

Jogos Indígenas

Criados em 2015, os Jogos Indígenas do Taúbas são uma vertente do ‘Projeto Oriya’, palavra indígena que significa jogos e brincadeiras. São desenvolvidas com os estudantes, durante dois meses, diversas atividades ligadas à cultura indígena. A arte é uma das expressões mais afloradas, com a criação de brinquedos, danças e brincadeiras.

Fundador do projeto, o professor de Educação Física Douglas Vasconcelos conta que a ideia surgiu da necessidade de desmistificar a imagem que os alunos geralmente fazem dos índios. “Percebi que os estudantes tinham desenhado a ideia de que os índios eram pessoas que viviam em florestas, nus e que não sabiam se comunicar com as demais civilizações. Para quebrar esse paradigma, decidi criar os jogos dentro da disciplina na qual ministro aulas. Assim eles praticam diversas modalidades esportivas ligadas à cultura indígena”, explicou.

O educador disse que esta é a primeira vez que membros de uma aldeia visitam a escola. “Desde a criação dos jogos, por duas vezes nós levamos os alunos até os índios Pataxó, que vivem nas tribos de Felicina, em Açucena, e também na cidade de Carmésia. Mas neste ano nós fizemos contato para que os índios visitassem a escola, a fim de fortalecer ainda mais essa atividade”, concluiu Douglas.

Tamaru é índio da etnia Pataxó e vive na aldeia fixada na cidade de Açucena. Ele participou da abertura dos jogos e ressaltou a importância desta integração entre os alunos de escolas da rede municipal e a cultura indígena. “Estamos sempre envolvidos com eventos esportivos. Os membros de nossa tribo participam, anualmente, dos Jogos dos Povos Indígenas que são idealizados pelo Conselho dos Povos Indígenas de MG e buscam a promoção socioeducacional nas aldeias mineiras e o intercâmbio entre as etnias. Aqui na escola municipal não é diferente. A gente traz para os alunos um pouco da nossa cultura, por meio da promoção do esporte e também lazer”, explicou Tamaru.

Índios Pataxó

Originário da aldeia de Barra Velha (conhecida como Aldeia Mãe), área indígena do Monte Pascoal, no Sul da Bahia, e distribuído em várias aldeias por diversos municípios baianos (Prado, Itamaraju, Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro), o povo pataxó sempre foi guerreiro.

Desde os tempos da invasão portuguesa, por volta de 1500, os Pataxós lutam para se firmar em um lugar e preservar a história, cultura e língua, costumes e tradições que foram se perdendo desde que foram juntados às tribos Maxacalis e Botocurus em uma aldeia de onde não podiam sair.

Na década de 1970, uma família migrou para Minas Gerais. Atualmente, mais de 300 índios da etnia vivem no estado, divididos em seis aldeias nos municípios de Carmésia, Açucena, Candonga e Itapecerica.


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